Uma agenda para Bolsonaro e o Nordeste

Governadores do NE fecham agenda para levar a Bolsonaro

Os governadores do Nordeste, incluindo os atuais e os eleitos, se reúnem nessa quarta-feira (21), em Brasília, para ajustar as propostas apresentadas ao presidente eleito, Jair Bolsonaro, na semana passada. A ideia, segundo o governador reeleito do Piauí, Wellington Dias (PT), é debater detalhadamente a pauta e fechar uma agenda única que será levada ao encontro de governadores, no dia 12 de dezembro.
Nessa reunião, Bolsonaro será representado pelo ministro indicado da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. “Somos parte da federação e queremos dialogar e integrar ações com o governo federal”, afirmou Dias, que já está em Brasília preparando a reunião do Fórum de Governadores do Nordeste.
A pauta já vem sendo debatida com o governo do presidente Michel Temer, mas alguns pontos não avançaram. Os temas prioritários são segurança pública e controle das fronteiras, combate ao desemprego, crescimento econômico, retomada de obras, como a ferrovia Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco, política de créditos, política industrial focada no Nordeste, política de recursos hídricos e equilíbrio fiscal, incluindo a reforma da Previdência.

Para Dias, é necessário priorizar temas que são importantes para a população, como o crescimento econômico e a geração de empregos. “Como se faz isso? Com a retomada de obras que estão paralisadas ou andando muito devagar. Em cada estado há um conjunto de obras que, sendo retomadas, vão gerar empregos”, disse Dias, acrescentando que a ideia é integrar ações do governo federal, dos estados, dos municípios e da iniciativa privada.
Um dos caminhos apontados pelo governador para aliviar as finanças dos entes federados é o projeto de securitização das dívidas. A proposta, já aprovada no Senado, prevê a possibilidade de venda dos créditos a serem recebidos pela União, pelos estados e pelos municípios. Ainda precisa ser votada na Câmara.

Economia
Apesar da retomada da atividade após a paralisação dos caminhoneiros deste ano, o Nordeste foi a única região do país a registrar retração econômica no período de 12 meses encerrados em setembro, informou o BC (Banco Central) nessa terça-feira (20). A autoridade monetária divulgou o Boletim Regional, que traz, entre outros pontos, o índice de atividade econômica de cada região.

No período de 12 meses, o Nordeste apresentou um índice negativo de 0,2%. O número ainda reflete o impacto gerado pela paralisação dos caminhoneiros, em maio deste ano. No dado apresentado nesta terça, relativo ao terceiro trimestre, é possível observar uma retomada, com alta de 1,5% na atividade econômica do Nordeste. Entretanto, o número não foi suficiente para recompor perdas do período da greve, no segundo trimestre, quando a retração foi de 2,1%.
De acordo com o BC, o desempenho recente da economia na região mostram uma recuperação gradual da atividade. A redução no ritmo de crescimento também é observada no restante do país. “A atividade econômica nas diversas regiões permanece em recuperação, mas em ritmo mais gradual do que o esperado no início do ano”, informa o Banco Central.
No período de 12 meses encerrados em setembro, a maior expansão econômica foi registrada na região Norte, com alta de 2,6% da atividade. Apesar do nível elevado, a atividade registrou recuo no segundo trimestre (-0,9%) e no terceiro trimestre (-0,3%). “Os principais indicadores econômicos da região Norte evidenciaram acomodação no recuo da atividade, ainda sobre efeitos da paralisação do setor de transporte de cargas”, diz o documento.

A região Sul teve, em 12 meses, uma alta de 1,8% na atividade econômica. O Sudeste, por sua vez, registrou alta de 1,4%. “No Sudeste, a economia retomou o nível de atividade prévio à paralisação dos caminhoneiros, retornando à trajetória de crescimento gradual”, afirma o BC.
No Centro-Oeste, o crescimento foi de 0,9%. O Banco Central avalia que a região vive cenário de relativa estabilidade, refletindo a redução da produção agrícola, após safra recorde em 2017. Na última semana, o Banco Central divulgou o dado nacional relativo à atividade econômica. No terceiro trimestre, a economia brasileira cresceu 1,74%, em relação aos três meses anteriores. 

(Agência Brasil)

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