Memórias de Baobá celebra 15
anos da lei que levou a afrobrasilidade para as escolas
O tradicional encontro de formação e promoção da
investigação, discussão, produção e divulgação de trabalhos teórico-práticos
sobre história e cultura afro-brasileira e participação da população negra na
formação da brasilidade, o Memórias de Baobá, chega à nona edição promovendo debate
sobre os 15 anos da Lei 10.69/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da
história e cultura afro-brasileiras e africanas nas escolas públicas e privadas
do ensino fundamental e médio.
O evento, realizado pelo Núcleo das Africanidades Cearenses
(Nace), da Universidade Federal do Ceará (UFC), acontece de 20 a 24 de novembro.
Assim como em 2010, ano de sua criação, parte das atividades ocorrem sob um
baobá centenário localizado na Praça do Passeio Público, em Fortaleza. A programação
inclui conferências, oficinas, performances, minicursos e lançamentos de livros.
Afrobrasilidade nas
escolas
A partir do tema "15 anos da Lei 10.69/03:
Pertencimento, Espiritualidade e Educação", o Encontro debate os resultados
desta política curricular para a construção de uma educação antirracista e
pluricultural. “Diante das potências e desafios em torno da implementação
da lei, resolvemos focar a sensibilidade que os trabalhos sobre pertencimento
e espiritualidade propiciam na educação básica e nos processos culturais
que afirmam e promovem o bem viver, através dos valores civilizatórios
africanos e indígenas, especialmente os africanos”, explica a professora
Sandra Petit, doutora em Ciências da Educação pela Universidade Paris VIII e
coordenadora do Nace.
Ainda de acordo com Sandra, um dos elementos principais do
encontro é possibilitar o diálogo e a visibilidade de intervenções pedagógicas
e filosóficas, levando à sistematização de diversos aportes teóricos e enfoques
“afrorreferenciados”, ou seja, “conhecimentos oriundos da ancestralidade, do
pertencimento, da espiritualidade, dos saberes locais e das experiências
diversas para a sala de aula, diminuindo a distância entre teoria e
prática, dando sentido e vida para os conhecimentos escolares e acadêmicos”,
completa a coordenadora do Núcleo.
Convidados
O evento terá início com um minicurso ministrado por Isaac
Bernat, ator, diretor e professor de teatro na Faculdade CAL de Artes Cênicas. O
convidado, que é Doutor em Teatro pela UNIRIO, fez tese de doutorado sobre o
griot africano e ator do grupo de Peter Brook, Sotigui Kouyaté, e traz para o
Memórias de Baobá a experiência chamada “Olhar do Griot: Jogos, valores e
ensinamentos”, marcada para acontecer no dia 20 de novembro.
Também como convidados estão diversos pesquisadores e professores
de renome nacional e internacional, que fortalecerão as reflexões sobre as
africanidades. Entre eles estão: Vanda Machado, doutora e mestre em Educação
pela UFBa; Julvan Moreira, doutor e mestre em Educação pela Universidade de São
Paulo (USP); Kiusam de Oliveira, doutora em Educação e mestre em Psicologia pela
USP; Heloisa Pires Lima, doutora em Ciência Social (Antropologia Social) pela USP;
e Wanderson Flor, mestre em filosofia e doutor em bioética pela Universidade de
Brasília (UnB).
Além de todos essas atrações, Maria Llerena, atriz, cantora,
apresentadora de TV, afrocubana radicada
na Suécia, trará performasse embalada pelos toques e contos afroancestrais da
Diáspora Negra.
Baobazinho
Nesta edição, destaca-se também a primeira realização do
Baobazinho, uma programação voltada para crianças e adultos, pautada nos
valores civilizatórios africanos.
IX Memórias de Baobá
Quando: de 20 a 24 de novembro
Onde: atividades se espalham em espaços como Passeio
Público e Faculdade de Educação (UFC)
Inscrições e programação no site: https://memoriasdebaoba.wixsite.com/ixmemorias
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