RICUPERO, XICO
GRAZIANO, BOLSONARO E O MEIO AMBIENTE
O ex-ministro Rubens Ricupero e o ex-secretário de meio ambiente
de São Paulo, Xico Graziano, foram entrevistados pelo Valor. O primeiro se
declara contra Bolsonaro e o segundo, acha que ele a única solução para o
país. Com o perdão de um possível trocadilho, Ricupero recupera um pouco da
nossa história: “(Ele) vai tornar o Brasil um pária. Vai tornar o
Brasil um país considerado fora das normas de civilização. É como se
tivéssemos uma involução no processo civilizacional, um país que volta à
barbárie. E não concordo quando dizem que as ideias dele significam um retrocesso
ao regime militar. Os militares não tinham consciência ambiental muito
desenvolvida, mas o Brasil foi evoluindo. O primeiro ato de criação de uma
entidade ambiental autônoma no Brasil, que foi a Secretaria Especial de Meio
Ambiente, foi em 1973 (durante a ditadura). A Política Nacional do Meio
Ambiente é do final do governo militar, a lei de Proteção à Fauna é de 1967.
Não se trata de um retrocesso ao governo militar. É um retrocesso à Idade da
Pedra, no sentido que é um retrocesso à Pré-História do meio ambiente".
Ricupero continua: "sair do Acordo será um erro cataclísmico. O Acordo
de Paris foi assinado por 197 países. Retirar-se dele, hoje em dia, é um ato
de querer desembarcar do mundo.”
Já Graziano, como muitos eleitores do capitão-afastado, esbanja
otimismo dizendo que candidatos, inclusive ele, “têm que fazer uma campanha,
no início, de uma forma, depois vão terminar de outra e vão governar de
outra. Na hora em que virar presidente da República é óbvio que ele deve
mudar aquilo que pregava para o seu público para se viabilizar como candidato
e vai tentar ser um líder da nação... Se der tudo errado, deu. Não acho que
dará.”
O que na fala de Xico começa com uma convicção, termina com um
“se”, e um tremendo “acho”.
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