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Por Rodrigo Sauaia, Ronaldo Koloszuk e Rodrigo Kimura
O
Programa Indústria Solar, lançado pela Federação das Indústrias do
Estado de Santa Catarina (FIESC), em parceria a ENGIE e WEG, com apoio
institucional da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica
(ABSOLAR), trouxe um pioneirismo que está sendo estudado e replicado ao
redor do País.
O
programa catarinense oferece aos micros, pequenos e médios industriais a
solução solar fotovoltaica conjugada com uma opção de financiamento que
viabiliza o projeto, tornando o investimento autofinanciável. Desta
forma, a economia na fatura de energia elétrica do empresário que
acreditou e implementou o sistema solar fotovoltaico em seu telhado
servirá para pagar a parcela do financiamento, livrando a empresa de ter
que mexer no seu fluxo de caixa para custear o sistema.
Este
modelo foi possível devido à participação de instituições financeiras,
como o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e a
Cooperativa Central de Crédito Urbano (CECRED), além do apoio das
Centrais Elétricas de Santa Catarina (CELESC). A boa notícia é que o
modelo já começa a ser disseminado em outros estados brasileiros.
O
foco da iniciativa são as micros, pequenas e médias indústrias
conectadas na rede elétrica de baixa tensão, pois pagam atualmente uma
energia mais cara do que as indústrias de maior porte. Somente em Santa
Catarina, por exemplo, o potencial é de mais de 50.000 micros, pequenas e
médias empresas, sujeitas a esta condição que onera seu orçamento e
prejudica sua competitividade. No estado, o programa estendeu as ofertas
de soluções solares fotovoltaicas também aos consumidores residenciais.
O projeto-piloto, lançado em novembro de 2017, foi direcionado
exclusivamente aos cerca de 40.000 colaboradores das empresas e
entidades participantes: FIESC, ENGIE, WEG, CECRED e CELESC.
O
modelo abre novas oportunidades de crescimento para toda a cadeia de
valor do setor solar fotovoltaico. Na medida em que o programa se
expande, ele congrega novos parceiros para a instalação dos sistemas nas
diversas regiões, assim como leva informação qualificada sobre a
tecnologia para os formadores de opinião que ainda a desconhecem.
A
microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica trazem
inúmeras vantagens aos consumidores, o que têm acelerado sua adoção ao
redor do País. Os benefícios não estão restritos apenas à economia que a
tecnologia gera na conta de energia elétrica de seus usuários. Além de
competitiva, a energia solar fotovoltaica é renovável, possui baixos
impactos ambientais, não utiliza recursos finitos ou escassos (como
combustíveis fósseis ou água) para produzir energia elétrica, não possui
partes móveis e não gera ruídos, gera empregos locais qualificados nas
regiões onde os sistemas são instalados, promove a movimentação da
economia local e regional, é simples de utilizar, possui baixíssima
manutenção e possui garantia de performance superior a 25 anos.
Segundo
a ABSOLAR, o Brasil conta atualmente com mais de 29.000 sistemas de
microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica conectados à
rede e em operação, totalizando uma potência instalada acumulada de mais
de 270 MW. As indústrias, por exemplo, são responsáveis hoje por
aproximadamente 8,1% da potência instalada e dos investimentos em
geração distribuída solar fotovoltaica no Brasil, parcela ainda inferior
à de empresas dos segmentos de comércio e serviços (43,1%) e a
consumidores residenciais (38,9%), porém crescente, dada à crescente
pressão das tarifas de energia elétrica sobre a competitividade das
indústrias.
Em
seis meses, o Programa Indústria Solar obteve 2.560 inscrições, sendo
607 indústrias interessadas em sistemas para suas atividades produtivas e
1.953 pessoas físicas interessadas em sistemas para suas famílias. Um
número tão expressivo de inscritos, em tão pouco tempo, não deixa
dúvidas de que, cada vez mais, as pessoas estão percebendo a viabilidade
econômica de gerar sua própria energia elétrica localmente, seja na
indústria, no comércio, em áreas rurais ou nas suas próprias
residências.
Com
isso, a fonte solar fotovoltaica, antes vista como uma tecnologia
inovadora distante da realidade do empresariado brasileiro, passa a se
tornar uma ferramenta concreta e efetiva para aliviar os gastos
recorrentes das indústrias e contribuir para o aumento de sua
competitividade frente à economia nacional, aliando preço baixo de
energia elétrica à sustentabilidade nos negócios.
Rodrigo Kimura é diretor de operações da ENGIE Geração Solar Distribuída
Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR
Dr. Rodrigo Lopes Sauaia é presidente executivo da ABSOLAR
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