Cooperativismo e
empreendedorismo são motores para fortalecimento da agricultura familiar no Sertão
Central
2ª etapa do Ciclo
de Seminários ocorre na próxima sexta-feira, 20, na região onde os assentamentos
rurais e a produção de ovinos e caprinos e aves diversas são destaque
O Sertão Central cearense é uma das áreas
mais castigadas pelas secas que atingem o Estado. Os açudes da região
permanecem com baixa carga hídrica, uma vez que as chuvas deste ano foram
insuficientes para reverter o quadro de estiagem prolongada. Mas nem tudo é
desalento. A força e a união dos homens e mulheres que moram e trabalham nos 12
municípios da região têm feito a diferença e confirmam que é possível fazer
mais por meio do cooperativismo e empreendedorismo.
Para debater os desafios e alternativas
para o homem do campo, o Instituto de Arte, Cultura, Lazer e Educação (IARTE),
com o apoio do Instituto Agropolos, realizará no próximo dia 20 de julho, das 8h às 16h, a 2ª etapa do Ciclo de Seminários “Cenários para o Fortalecimento da
Agricultura Familiar”, na Bodega Ecológica, no município de Quixadá.
Para o coordenador técnico do evento, Antonio José Monteiro, o
objetivo do Ciclo de Seminários é fortalecer as cadeias produtivas, como
princípio básico do desenvolvimento sustentável e solidário da agricultura
familiar no estado do Ceará. “O apoio à realização do conjunto dessas ações
implica em um esforço permanente e sistêmico de aprimorar os instrumentos
operacionais de fortalecimento e consolidação das institucionalidades
necessárias à gestão social das políticas públicas para a agricultura familiar.”
A diretora executiva do IARTE, Gizélia
Ribeiro, pontua que valorizar a agricultura familiar, por meio do
empreendedorismo é uma tarefa árdua, mas, ao mesmo tempo, necessária e eficaz
para melhorar sensivelmente a vida no campo, especialmente quanto à segurança
alimentar das famílias. De acordo com ela, muitos esforços têm sido feitos para fortalecer o processo produtivo.
"Quando abordamos os
agricultores com condições concretas, nós conseguimos discutir e formá-los para
a produção, reduzindo as perdas no plantio e, consequentemente, no
armazenamento, que gera uma melhora na distribuição e otimiza os ganhos. Isso
ocorre porque gera renda para a família, que vê na organização o seu meio de
confiança. Transformamos então as cadeias produtivas e o beneficiamento através
das agroindústrias que vão garantir qualidade e padronização dos produtos”,
revela.
Gizélia diz ainda que o objetivo
é evitar o atravessador criando maior autonomia das famílias. "Como a
região do Serão Central possui a maior bacia leiteira do Estado, o que se
pretende é que o agricultor não comercialize apenas o leite, mas também o
queijo, a nata, a manteiga, a coalhada. Assim garantimos um preço melhor e
disponibilizamos para a sociedade produtos com preços acessíveis e de qualidade
que serão ofertados desde as feiras aos supermercados locais e regionais",
aponta.
Políticas públicas
Segundo o diretor técnico do IARTE, Raimundo Bezerra, as políticas
públicas motivam as famílias a fazerem a transição da produção convencional
para a agroecológica. É a partir da cooperação de pessoas e das organizações
que vamos conseguir fortalecer a agricultura familiar e o setor como um todo.
“Temos que transformar iniciativas como o PAA [Programa de
Aquisição de Alimentos] em políticas públicas permanentes, porque elas são
importantes para os pequenos agricultores colocarem seus produtos no mercado.
Em Quixadá e Quixeramobim, temos feiras tradicionais que ficaram mais fortes
com o cooperativismo e onde são comercializados produtos com valor agregado,
como galinhas caipiras com melhoramento genético", explica.
Potência do Sertão
Além da cidade natal de Raquel de Queiroz,
o Sertão Central é composto pelos municípios de Banabuiú, Choró, Deputado
Irapuan Pinheiro, Ibaretama, Milhã, Mombaça, Pedra Branca, Piquet Carneiro,
Senador Pompeu, Solonópole e Quixeramobim. A população total é constituída de
352.397 habitantes, sendo que 46,87% deste total vivem em áreas rurais, sendo
28.808 agricultores familiares, 2.096 famílias assentadas, 304 famílias de
pescadores e 03 (três) comunidades Quilombolas
Até meados da década de 1980, a principal
atividade econômica desta região era a produção de algodão em grandes fazendas
e destinado à exportação. Atualmente, o que tem mais peso é a pecuária e o
município de Quixeramobim é considerado a maior bacia leiteira do Estado. A
agricultura familiar, por sua vez, é incentivada a ser menos de subsistência e
buscar uma diversificação das culturas com produção de hortaliças, fruteiras,
pequenos animais como ovinos e caprinos e aves, além da ascendência da
apicultura.
Parceiros
O Ciclo de Seminários “Cenários
para o Fortalecimento da Agricultura Familiar” já passou por
Barbalha (Cariri) no mês de junho e ainda ocorrerá em outras três
cidades, representando as macrorregiões do Estado: Aracati (Litoral Leste),
Itapipoca
(Litoral Oeste) e Morada Nova (Jaguaribana).
A 2ª etapa do
Ciclo de Seminários tem o apoio das Prefeituras municipais e dos Sindicatos dos
Trabalhadores e das Trabalhadoras Rurais dos Municípios do Sertão Central.
Programação
8h – Acolhida: Atividade Cultural
8h30 – Café da manhã regionalizado
9h – Abertura oficial
Repentista acolhendo os participantes e
autoridades para composição da mesa
10h – Políticas públicas para a agricultura familiar
Secretário do Desenvolvimento Agrário, Francisco
de Assis Diniz
Presidente do Instituto Agropolos, Ana Teresa
Carvalho
11h30 – Experiência exitosa do Sertão Central
Presidente da COOPVALE e agricultor familiar,
Deusimar Cândido de Oliveira
12h – Almoço regional
13h30 – Empreendedorismo na
Agricultura Familiar
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores e
Trabalhadoras Rurais de Quixadá, Francisca
da Conceição de Sousa
14H30 – Segurança Alimentar e Nutricional na Agricultura
familiar
Presidente do Conselho Estadual de Segurança
Alimentar e Nutricional (CONSEA/CE), Malvinier
Macedo
16h – Encerramento
Serviço: 2ª etapa do Ciclo de Seminários “Cenários para
o Fortalecimento da Agricultura Familiar”
Data:
20 de julho
Horário:
8h às 16h
Local: Bodega
Ecológica – Rua Autran Moreno, 162, Centro, Quixadá (ao lado da Ematerce)
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