SENADO PODE DAR HOJE TIRO NO PÉ DO ETANOL BRASILEIRO
O Senado quase votou na semana passada o projeto de lei do ruralista Flexa
Ribeiro (PSDB-PA) que libera o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia Legal. A
priori, a votação ficou para hoje. O PL reverte uma proibição que já tem mais
de 10 anos, e que tem uma função estratégica, além de ambiental: impedir que
o biocombustível seja visto como destruidor da floresta no mercado
internacional. Em termos ambientais, teme-se que a produção de etanol na
Amazônia empurre a pecuária para novas áreas para dar lugar à lavoura de
cana-de-açúcar, estimulando a devastação.
O projeto é visto com maus olhos pela Unica, a maior associação
empresarial do setor, e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (Apex-Brasil), pelos efeitos nocivos que pode causar ao açúcar
a ao álcool brasileiros no mercado internacional. O projeto também foi
duramente criticado pelos ex-ministros do meio ambiente Izabella Teixeira,
Carlos Minc, Marina Silva, José Carlos Carvalho e Rubens Ricupero, e por
organizações ambientalistas como o Observatório do Clima, a Fundação SOS Mata
Atlântica, o Greenpeace Brasil e o WWF, entre muitas outras.
Os protestos destas organizações chamaram a atenção
internacional e o The Guardian relatou o assunto. E a Science Letters
publicou ontem uma carta assinada por Lucas Ferrante e Philip M. Fearnside,
na qual os pesquisadores se posicionando fortemente contra a liberação do
plantio de cana na Amazônia.
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