Opinião

Estão brincando com fogo: do jeito que vai, pode acabar em Bolsonaro

Eles só podem estar brincando e tirando um sarro da nossa cara.
Com o líder Lula dado como fora da disputa pela Justiça e pela mídia, o presidente Michel Temer, o ministro Henrique Meirelles e o presidente da Câmara Rodrigo Maia, a turma do 1% nas pesquisas está numa disputa para ver quem chega em último lugar.
Mesmo passado o Carnaval, eles desfilam suas fantasias de pré-candidatos pelo noticiário como se pudesse ser coisa séria.
Do alto dos 6% de aprovação do “governo das reformas” e 86% de rejeição na última pesquisa presidencial do Datafolha, ao se lançar à reeleição Temer embaralhou o jogo dos candidatos governistas.
Nem o mais pirado carnavalesco das escolas de samba cariocas teria coragem de apresentar um enredo surrealista destes à distinta platéia.
Alguém pode imaginar Temer, Meirelles e Maia num palanque ou na TV defendendo este governo para se eleger?
Rejeitado pelo seu próprio partido, o PSD do camaleão Gilberto Kassab, Meirelles tentou se aproximar da turma de Romero Jucá para sair candidato pelo MDB. Dá para acreditar?
Só pode ser muita ingenuidade de quem não é do ramo e não sabe com quem está lidando.
Temer deu-lhe logo um chega para lá e o mandou ficar quietinho no Ministério da Fazenda, mas Meirelles não desistiu.
Correu para o DEM, mas lá a vaga de presidenciável já estava ocupada por Maia, que herdou de Eduardo Cunha os partidos do “Centrão”, e agora acha que com isso tem cacife para tentar voos mais altos.
Os três lunáticos pré-candidatos governistas entraram em rota de colisão, um acusando o outro pelo fracasso da reforma da Previdência, rejeitada por mais de 80% da população.
Rodrigo Maia, segundo o noticiário desta quinta-feira, já está até preparando o seu discurso para colocar a culpa no governo e anunciar o sepultamento da reforma.
Correndo por fora, o governador Geraldo Alckmin quer ser o candidato do governo sem defender o governo, como José Serra fez com FHC na disputa de 2002, mas também não consegue passar de um dígito nas pesquisas.
Tirar Lula da frente até que foi fácil para esta turma que se uniu no impeachment de Dilma, mas encontrar um candidato para “manter isso aí, viu?”, são outros quinhentos mil réis.
Achando-se o mais esperto dos espertos, FHC logo viu que por aí não tinha jogo e tirou do bolso do colete o nome do global Luciano Huck, a exemplo do que fez José Sarney com Silvio Santos na eleição de 1989, que acabou dando Fernando Collor na cabeça.
Do jeito que vai, a história pode se repetir agora, num misto de farsa e tragédia, com a brincadeira acabando com um três oitão de Jair Bolsonaro na testa.
Vida que segue.

Nenhum comentário:

Postar um comentário