Contradição do Interino, diz Chico Lopes


Chico Lopes: "Intervenção no Rio revela contradição de Temer, que congelou recursos para a segurança"

A intervenção anunciada pelo Governo Federal no Rio de Janeiro, com a assinatura de decreto por Michel Temer nesta sexta-feira, 16/2, nomeando um general como interventor, precisa ser vista com cuidado e não pode servir de cortina de fumaça para esconder os cortes de investimentos federais no setor e a nova tentativa de aprovar a Reforma da Previdência. A avaliação é do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE).

O deputado ressalta a contradição do governo ao impor congelamento de 20 anos nos investimentos em segurança pública, mas recorre agora a uma intervenção federal. "Além de inteligência, falta maior investimento na segurança pública. O governo corta recursos para a área de um lado e anuncia intervenção de outro", enfatiza Chico Lopes.

"Essa medida é uma cortina de fumaça, não para resolver o problema, mas para tentar esconder a omissão do governo e os cortes de recursos para a segurança, assim como foi feito para saúde, educação, infraestrutura, direitos sociais dos mais básicos. O Rio precisa é de mais investimentos, é do Estado realmente presente assegurando a vida e os direitos das pessoas, e a política de Temer é contrária a isso", acrescenta o deputado cearense.

"Vejo com preocupação e apreensão esse decreto. O povo quer, precisa e merece segurança. Mas esse governo já demonstrou que é insensível a esse tema e incapaz de agir com resultados, quando congelou investimentos da segurança por 20 anos, assim como para as áreas sociais. Isso tem implicação direta no dia a dia das pessoas, na ausência do Estado, no espaço deixado para o tráfico e as milícias", ressalta Lopes.

Intervenção e a reforma da Previdência: contradição de Temer

Para o deputado Chico Lopes, é absolutamente "estranho e preocupante" que a intervenção federal no Rio de Janeiro já esteja sendo anunciada acompanhada de uma data para ser revogada. Foi o que declararam à imprensa membros do primeiro escalão do governo, como Raul Jungmann e Sergio Etchegoyen, além do presidente do Senado, Eunício Oliveira, afirmando que Michel Temer revogará temporariamente a intervenção por até 10 dias, para que a reforma da Previdência seja votada.

"Como é que se decreta uma intervenção militar no Rio de Janeiro, se gera um estado de atenção e preocupação em todo o País, mas já se anuncia que haverá uma revogação dessa intervenção por de 10 dias, para que o governo coloque em votação uma reforma da Previdência?", questiona Chico Lopes, lembrando que é proibida mudança na Constituição em períodos de intervenção federal.

"Ora, das duas uma: ou o governo julga que essa intervenção não é realmente necessária, e está fazendo isso para se cacifar em ano eleitoral, ou ele vai colocar em risco a população do Rio revogando a intervenção por até 10 dias, para impor a votação da Reforma da Previdência. Isso, claro, caso ele venha a conseguir os votos pra aprovar essa reforma, o que está muito difícil, porque ela significa na prática o fim do direito à aposentadoria", complementa o parlamentar cearense.

"Precisamos é de um novo projeto nacional de desenvolvimento, de geração de emprego, de ampliação de investimentos sociais, assegurando educação, saúde, transporte, qualidade de vida para as pessoas. Essa é a melhor forma de gerar segurança pública", ressalta Chico Lopes.

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