Receitas x Despesas
Não
necessita conhecer finanças para que se tenha uma noção preliminar de
orçamento. Todos fazem, de uma maneira empírica, as estimativas de
gastos e arrecadações. Porém, nem sempre os resultados alcançados são
satisfatórios, ou seja, surgem desequilíbrios, conforme o caso, nas
contas pessoais, das empresas ou do governo. De maneira resumida e
simples, o chamado balanço patrimonial, apresenta, de um lado, o Ativo
(Disponível, Realizável e Imobilizado) e, de outro, o Passivo (Não
Exigível e Exigível). Ademais, os grupos de
contas do Ativo e do Passivo são decrescentes, respectivamente, à
liquidez e à exigibilidade. Com base neste elementar resumo teórico,
pode-se ter uma ideia das contas financeiras. Examinando-se, por
exemplo, as contas públicas do Brasil torna-se necessário fazer algumas
observações. Para se conseguir um saldo positivo são mencionadas duas
alternativas óbvias: aumentar receitas ou reduzir despesas. No atual
estágio da economia brasileira, aumentar receitas, mediante elevação de
tributos, é de uma incompetência extrema e reduzir despesas
sacrificando, mais ainda, a população é algo inconcebível. Existem
formas mais rápidas e justas, sem precisar de Emenda Constitucional. Com
respeito à arrecadação: priorizar os impostos diretos e não os
indiretos, reduzir a corrupção e a sonegação, combater o contrabando,
dar ênfase à tributação progressiva e não à regressiva, dentre outras
formas. Do lado da despesa: implantar uma gestão eficaz e socialmente
correta, eliminar a corrupção, definir prioridades desenvolvimentistas,
compatibilizando emprego e renda, etc. É difícil, mas temos que fazer.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
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