Do jornal OEstadoCe

Esquentando: passageiros relatam intenso calor em ônibus com ar-condicionado


O calor em Fortaleza, intenso durante o ano inteiro, é um empecilho no dia a dia de trabalhadores e estudantes que estão se deslocando para seus afazeres diários, particularmente no transporte público. De modo a minimizar esse problema, o poder público passou a implantar ar-condicionado nos ônibus da cidade, a partir do final de 2014. Pouco mais de três anos depois, passageiros continuam sentindo calor, mesmo nos veículos climatizados.
Reclamação
A estudante universitária Carla Jennifer Severiano conta que usa o transporte público na cidade todos os dias em veículos com ar-condicionado, mas conta que todas as vezes o interior do veículo é quente. Segundo ela, há ainda o agravante de que, com o aparelho ligado, não se pode abrir as janelas, impedindo que o vento circule para deixar o ambiente mais fresco e fazendo com que odores desagradáveis se acumulem dentro do ônibus.
A situação, no entanto, não foi sempre assim. A passageira Natasha Ribeiro observa que isso ainda não era um problema.

Após o início da implantação dos aparelhos, e que o calor foi ficando mais intenso com o passar do tempo. Ela, que costuma pegar ônibus por volta das 12h, conta que a sensação é, cada vez mais desagradável, porém, relata que para passageiros que pegam ônibus durante a noite, a temperatura é mais baixa.
O resultado, em geral, acaba sendo pior do que antes da implantação do ar-condicionado. É o que conta um passageiro, que não quis ser identificado, e usa, todos os dias, o transporte público. Ele conta que as janelas fechadas acabam deixando o ambiente mais abafado. Além disso, conta ele, é possível ver grande quantidade de sujeira nas palhetas do aparelho. “E com respiração de muita gente, é bactéria e doença para todo mundo”, diz.
Em meio a isso, é comum ouvir reclamações de outros passageiros durante as viagens, sendo comum ver pessoas usando o que tiverem na mão como leque para tentar amenizar o calor dentro do veículo. Algumas pessoas tentam abrir as janelas, mas isso, muitas vezes, não é bem aceito por outros passageiros, por considerarem que a situação piora.
Medidor
No último mês de outubro, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus) anunciou que iria implantar um medidor de temperatura no interior dos veículos para monitorar essa variação, de modo a identificar os problemas e encontrar a devida solução. À época da divulgação, o órgão elencou que um dos fatores que dificultam a manutenção da temperatura baixa é a frequência com que as portas dos coletivos abrem e fecham.

Alguns dos relatos ouvidos pelo O Estado dizem que o equipamento ainda não está equipado nos veículos das linhas em que transitam, mas outros contam que veem o mostrador e que ele geralmente indica temperaturas altas, acima de 27 graus.
Economia O digitador Luis Teixeira conta que, hoje em dia, não há grande diferença proporcionada pelo ar-condicionado dentro do coletivo, e já ouviu de conhecidos, motoristas de ônibus que o motivo é econômico: ele conta que há um limite de quantidade de combustível a ser consumida durante as viagens e que, se o carro chegar à garagem da empresa tendo gasto acima desse teto, o profissional acaba tendo que arcar com o custo. Em paralelo a isso, o uso do ar-condicionado faz com que o consumo seja maior, fazendo com que os ônibus rodem em temperaturas superiores às que os aparelhos poderiam atingir.
Procurado pelo O Estado para prestar esclarecimentos sobre a situação, o Sindiônibus não respondeu a tempo do fechamento desta edição. Hoje, cerca de um terço da frota de ônibus da cidade conta com ar-condicionado. A implantação do equipamento nos veículos está sendo de forma gradativa desde o ano de 2014 e deve terminar até 2020.

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