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Governadores ameaçam processar ministro Carlos Marun

Chefe da Secretaria de Governo condicionou liberação de recursos da Caixa a reforma

Governadores de estados do Nordeste ameaçaram processar o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, após a declaração do chefe da pasta de que a liberação de recursos públicos, como os da Caixa Econômica Federal, estariam condicionados à pressão sobre deputados para a aprovação da reforma da Previdência.
Em carta enviada nesta quarta-feira (27) ao presidente Michel Temer, os governadores pedem que o governo federal "reoriente seus auxiliares" para que se evitem "práticas inconstitucionais e criminosas" por parte do ministro e de agentes públicos.
Marun, que chegou a admitir nesta terça-feira (26) a "reciprocidade" no dia 19 de fevereiro, quando a Câmara dos Deputados inicia a discussão da reforma da Previdência, disse que não existe chantagem, conforme acusam os governadores, mas uma "ação de governo".
O Palácio do Planalto não se manifestou sobre o recebimento da carta assinada e entregue nesta quarta-feira (27).
Veja a carta dos governadores:
"Os governadores do Nordeste vêm manifestar profunda estranheza com declarações atribuídas ao Sr. Carlos Marun, ministro de articulação política. Segundo ele, a prática de atos jurídicos por parte da União seria condicionada a posições políticas dos governadores.
Protestamos publicamente contra essa declaração e contra essa possibilidade, e não hesitaremos em promover a responsabilidade política e jurídica dos agentes públicos envolvidos, caso a ameaça se confirme.
Vivemos em uma Federação, cláusula pétrea da Constituição, não se admitindo atos arbitrários para extrair alinhamentos políticos, algo possível somente na vigência de ditaduras cruéis. Esperamos que o presidente Michel Temer reoriente os seus auxiliares, a fim de coibir práticas inconstitucionais e criminosas.
Governadores do Nordeste"
Marun admitiu cobrança por "reciprocidade", mas negou que tenha feito chantagem com governadores
Marun admitiu cobrança por "reciprocidade", mas negou que tenha feito chantagem com governadores

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