”Lucro da conta única pagou ‘pedalada’”
- Uma parte das "pedaladas
fiscais", realizadas durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff,
foi paga com os recursos da remuneração da Conta Única do Tesouro no
Banco Central, de acordo com dados do Siafi, o sistema eletrônico que
registra todas as receitas e despesas da União, aos quais o Valor teve
acesso. O Siafi registra um pagamento de R$ 7,989 bilhões, feito em
2015, com recursos da remuneração da conta única para quitar dívidas da
União com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Há outro
pagamento de R$ 2,248 bilhões, com esses recursos, no mesmo ano, para
quitar subvenção econômica em operações de financiamento no âmbito do
Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Em dezembro de 2015, o
governo pagou R$ 55,572 bilhões dos passivos acumulados até dezembro de
2014, originados das "pedaladas fiscais", entre elas as dívidas da União
com o FGTS. O estoque das dívidas com o Fundo chegou a R$ 10,489
bilhões, de acordo com nota divulgada na época pelo Ministério da
Fazenda. A "pedalada" foi um artifício usado pelo governo de Dilma
Rousseff para adiar o pagamento de despesas, que terminavam sendo
bancadas pelos bancos públicos federais e pelo FGTS. O Tribunal de
Contas da União (TCU) considerou a "pedalada" uma operação de crédito e
ela foi um dos argumentos apresentados para o pedido de impeachment da
ex-presidente.
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