Uma aulinha
de história
Golpe
militar de 15 de novembro de 1889 e a proclamação da República
No Rio de
Janeiro, os republicanos insistiram que o Marechal Deodoro da Fonseca, um
monarquista, chefiasse o movimento revolucionário que substituiria a monarquia
pela república. Depois de muita insistência dos revolucionários, Deodoro da
Fonseca concordou em liderar o movimento militar. Segundo relatos históricos,
em 15 de novembro de 1889, comandando algumas centenas de soldados que se
movimentavam pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, o marechal Deodoro, assim
como boa parte dos militares, pretendia apenas derrubar o então Chefe do
Gabinete Imperial (equivalente a primeiro-ministro), o Visconde de Ouro Preto.
"Os principais culpados de tudo isso [a proclamação da República] são o
conde D'Eu e o Visconde de Ouro Preto: o último por perseguir o Exército e o
primeiro por consentir nessa perseguição", diria mais tarde Deodoro. O
golpe militar, que estava previsto para 20 de novembro de 1889, teve de ser
antecipado. No dia 14, os conspiradores divulgaram o boato de que o governo
havia mandado prender Benjamin Constant Botelho de Magalhães e Deodoro da
Fonseca. Posteriormente confirmou-se que era mesmo boato. Assim, os
revolucionários anteciparam o golpe de estado, e, na madrugada do dia 15 de
novembro, Deodoro dispôs-se a liderar o movimento de tropas do exército que
colocou um fim no regime monárquico no Brasil. Os conspiradores dirigiram-se à
residência do marechal Deodoro, que estava doente, com dispneia, e acabam por
convencê-lo a liderar o movimento. Aparentemente decisivo para Deodoro foi
saber que, a partir de 20 de novembro, o novo Presidente do Conselho de
Ministros do Império seria Silveira Martins, um velho rival. Deodoro e Silveira
Martins eram inimigos desde o tempo em que o marechal servira no Rio Grande do
Sul, quando ambos disputaram as atenções da baronesa do Triunfo, viúva muito
bonita e elegante, que, segundo os relatos da época, preferira Silveira
Martins. Desde então, Silveira Martins não perdia oportunidade para provocar
Deodoro da tribuna do Senado, insinuando que malversava fundos e até contestando
sua eficácia enquanto militar. Além disso, o major Frederico Sólon de Sampaio
Ribeiro dissera a Deodoro que uma suposta ordem de prisão contra ele havia sido
expedida, argumento que convenceu finalmente o velho marechal a proclamar a
República no dia 16 e a exilar a Família Imperial já à noite, de modo a evitar
uma eventual comoção popular. Convencido de que seria preso pelo governo
imperial, Deodoro saiu de sua residência ao amanhecer do dia 15 de Novembro,
atravessou o Campo de Santana e, do outro lado do parque, conclamou os soldados
do batalhão ali aquartelado, onde hoje se localiza o Palácio Duque de Caxias, a
se rebelarem contra o governo. Oferecem um cavalo ao marechal, que nele montou,
e, segundo testemunhos, tirou o chapéu e proclamou "Viva a
República!". Depois apeou, atravessou novamente o parque e voltou para a
sua residência. A manifestação prosseguiu com um desfile de tropas pela Rua
Direita, atual rua 1.º de Março, até o Paço Imperial. Os revoltosos ocuparam o
quartel-general do Rio de Janeiro e depois o Ministério da Guerra. Depuseram o
Gabinete ministerial e prenderam seu presidente, Afonso Celso de Assis
Figueiredo, Visconde de Ouro Preto. No Paço Imperial, o presidente do gabinete
(primeiro-ministro), Visconde de Ouro Preto, havia tentando resistir pedindo ao
comandante do destacamento local e responsável pela segurança do Paço Imperial,
general Floriano Peixoto, que enfrentasse os amotinados, explicando ao general
Floriano Peixoto que havia, no local, tropas legalistas em número suficiente
para derrotar os revoltosos. O Visconde de Ouro Preto lembrou a Floriano
Peixoto que este havia enfrentado tropas bem mais numerosas na Guerra do
Paraguai. Porém, o general Floriano Peixoto recusou-se a obedecer às ordens
dadas pelo Visconde de Ouro Preto e assim justificou sua insubordinação,
respondendo ao Visconde de Ouro Preto:“ Sim,
mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos
brasileiros!”Em seguida, aderindo ao movimento republicano, Floriano Peixoto
deu voz de prisão ao chefe de governo Visconde de Ouro Preto. O único ferido no
episódio da proclamação da república foi o Barão de Ladário, que resistiu à
ordem de prisão dada pelos amotinados e levou um tiro. Consta que Deodoro não
dirigiu crítica ao Imperador dom Pedro II e que vacilava em suas palavras.
Relatos dizem que foi uma estratégia para evitar um derramamento de sangue.
Sabia-se que Deodoro da Fonseca estava com o tenente-coronel Benjamin Constant
ao seu lado e que havia alguns líderes republicanos civis naquele momento. Na
tarde do mesmo dia 15 de novembro, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, foi
solenemente proclamada a República. À noite, na Câmara Municipal do Município
Neutro, o Rio de Janeiro, José do Patrocínio redigiu a proclamação oficial da
República dos Estados Unidos do Brasil, aprovada sem votação. O texto foi para
as gráficas de jornais que apoiavam a causa, e, só no dia seguinte, 16 de
novembro, foi anunciado ao povo a mudança do regime político do Brasil. Dom
Pedro II, que estava em Petrópolis, retornou ao Rio de Janeiro. Pensando que o
objetivo dos revolucionários era apenas substituir o Gabinete de Ouro Preto, o
Imperador D. Pedro II tentou ainda organizar outro gabinete ministerial, sob a
presidência do conselheiro José Antônio Saraiva. O imperador, em Petrópolis,
foi informado e decidiu descer para a Corte. Ao saber do golpe de estado, o
Imperador reconheceu a queda do Gabinete de Ouro Preto e procurou anunciar um
novo nome para substituir o Visconde de Ouro Preto. No entanto, como nada fora
dito sobre República até então, os republicanos mais exaltados espalharam o
boato de que o Imperador escolhera Gaspar Silveira Martins, inimigo político de
Deodoro da Fonseca desde os tempos do Rio Grande do Sul, para ser o novo chefe
de governo. Deodoro da Fonseca então convenceu-se a aderir à causa republicana.
O Imperador foi informado disso e, desiludido, decidiu não oferecer
resistência. No dia seguinte, o major Frederico Sólon de Sampaio Ribeiro
entregou a dom Pedro II uma comunicação, cientificando-o da proclamação da
república e ordenando sua partida para a Europa, a fim de evitar conturbações
políticas. A família imperial brasileira exilou-se na Europa, só lhes sendo
permitida a sua volta ao Brasil na década de 1920.
A frase:"Privatizar
por necessidade de fazer caixa é ruim". Oliver Hart, Nobel de
Economia.
Charge de
Lopes Trovão (Nota da foto)
Assim
foi vista em fantasia a Proclamaçao de República. José do Patrocínio em
primeiro plano e Marechal fardado, o que
é discutido
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