IV Colóquio Internacional de Turismo em Terras Indígenas e de Comunidades Tradicionais segue até domingo (12)
Com
a participação de representações de 30 comunidades indígenas e
tradicionais que desenvolvem turismo comunitário no Ceará e de
pesquisadores do Brasil, Colômbia, Argentina e Chile, acontece até
domingo (12), em Fortaleza, o IV Colóquio Internacional de Turismo em
Terras Indígenas e de Comunidades Tradicionais (IVCTurTI): ataques aos
seus direitos e suas estratégias de enfrentamento. A abertura do evento
ocorreu na manhã desta sexta-feira (10), no auditório do Departamento de
Geografia, no Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra da Universidade
Federal do Ceará, em Fortaleza.
Nesta quarta
edição, o colóquio tem o objetivo de fortalecer as discussões referentes
ao turismo em territórios tradicionais frente aos acirrados ataques aos
seus direitos constitucionais e internacionais, bem como de discutir o
turismo comunitário como instrumento de reivindicação dos direitos
sociais, territoriais e ambientais. Pretende também examinar os
protagonismos dos povos indígenas e outras comunidades tradicionais –
formadas por quilombolas, camponeses, pescadores artesanais, entre
outros – e suas estratégias de enfrentamento vinculadas às práticas
socioambientais, culturais e produtivas no contexto do Brasil e de
outros países latino-americanos.
Com a
coordenação local do Prof. Jeovah Meireles e da Profª Adryane Gorayeb,
ambos do Departamento de Geografia da UFC, o IV Colóquio Internacional
de Turismo em Terras Indígenas e de Comunidades Tradicionais conta com a
coordenação de comissão organizadora externa, composta pelas
professoras Maria Geralda de Almeida e Isis Cunha Lustosa, da
Universidade Federal de Goiás (UFG); do Prof. Stephen Grant Baines, da
Universidade de Brasília (UnB), e do Prof. José Antônio Souza de Deus,
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
No
discurso de abertura, o reitor da UFC, Prof. Henry Campos, parabenizou
os organizadores e deu boas-vindas aos participantes, em especial aos
que vieram de longe. Para ele, o colóquio "ocorre num momento crucial,
quando em vários países, especialmente no Brasil, acirram-se as ameaças à
integridade territorial, à herança cultural e à própria sobrevivência
dos aldeamentos indígenas".
Ressaltou que o
evento se configura numa oportunidade importante para que "se debatam o
protagonismo dos povos indígenas e de outras comunidades tradicionais".
Disse ainda que, na UFC, vem de longe o debate sobre as questões que
envolvem os povos indígenas em nosso Estado, e que a Universidade partiu
para a ação com projetos de profundo alcance.
Entre
esses, o reitor citou o Curso de Licenciatura Intercultural Indígena
das etnias Pitaguary e Tapeba, Kanindé de Aratuba, Jenipapo-Kanindé e
Anacé, lembrando que em agosto do ano passado "tivemos a alegria de ver
a colação de grau de 74 concludentes"; e o Curso de Magistério Indígena
Superior, um programa específico de formação de professores para
escolas indígenas. "Nele toda a formação ocorre no ambiente das aldeias,
onde, além das matérias do currículo regular dos professores, tem
disciplinas específicas sobre a cultura indígena", destacou.
DEBATES
– Logo após a abertura, foi realizada a mesa intitulada "Políticas
governamentais e povos indígenas, quilombolas e comunidades
tradicionais: a conjuntura atual na América Latina". O Prof. Stephen
Grant Baines, expositor que também atuou como moderador, traçou um
panorama sobre os ataques contra os direitos indígenas e as estratégias
de resistência desses povos, que inclui, entre outras, o ingresso de
jovens indígenas no ensino superior.
Já a
Profª Isis Cunha Lustosa enfocou as políticas de turismo e demarcação de
terras indígenas no Brasil. Segundo ela, sem a devida demarcação desses
territórios o turismo não vai ser garantia de sustentabilidade e
geração de renda para as comunidades. Por fim, a Profª Francisca Antonia
de la Maza Cabrera, da Pontificia Universidad Católica de Chile
(PUC)/Centro de Estudios Interculturales e Indígenas (CIIR), explanou
sobre o tema "Pueblos indigenas, políticas públicas y Turismo en América
Latina y Chile". O advogado e vereador Weiber Tapeba, representante
indígena, não pôde chegar a tempo e ficou acertado que sua participação
se dará em outra atividade.
O Prof. Jeovah
Meireles informou que foram inscritos para o colóquio 40 trabalhos
acadêmicos, que contemplam os seguintes eixos: Políticas governamentais e
povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais: a conjuntura
atual na América Latina; Turismo e outros projetos de "desenvolvimento"
em terras indígenas e comunidades tradicionais; Experiências de turismo
comunitário no Brasil e outros países da América Latina; e Políticas de
educação, escolas diferenciadas indígenas e o turismo.
Compuseram
a mesa de abertura do evento o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação
da UFC, Prof. Antonio Gomes; o diretor do Centro de Ciências, Prof.
Raimundo Nogueira Costa; o chefe do Departamento de Geografia, Prof.
Alexandre Queiroz; a vice-coordenadora do Curso de Geografia, Profª
Cléia Lustosa, e a representante do Instituto Terramar e da Rede Tucum,
Rogéria Rodrigues.
PROGRAMAÇÃO – Além
da apresentação dos trabalhos, a programação terá palestras,
mesas-redondas e visitas de campo. Os detalhes podem ser acessados no
site do evento (https://goo.gl/e3jH4X).
Nenhum comentário:
Postar um comentário