“Brasil
terá mais 4 milhões de microempreendedores em 2018”, diz Pimentel
Para o senador, a
formalização dos agricultores familiares favorecerá as compras governamentais
Ao participar do painel “Oportunidades para os microempreendedores individuais nas compras
públicas”, o senador José Pimentel (PT-CE) afirmou, nesta terça-feira
(28/11), em Brasília, que o Brasil terá mais quatro milhões de microempreendedores
individuais, a partir de janeiro de 2018. “Hoje, temos 7,6 milhões de MEI no
país e, no ano que vem, vamos formalizar todos os agricultores familiares que
poderão vender para as prefeituras, fortalecendo ainda mais esse segmento de
negócios”, disse.
A manifestação do senador ocorreu durante o
VIII Fomenta Brasil. O evento foi promovido pelo Sebrae e pela Secretaria
Especial da Micro e Pequena Empresa do Ministério da Indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC), no Centro Internacional de Convenções do Brasil
(CICB). Também participaram do debate o secretário de Economia e
Desenvolvimento do Distrito Federal, Valdir Oliveira; e o prefeito de Ponta
Grossa (PR), Marcelo Rangel Cruz de Oliveira.
Segundo Pimentel, a adesão dos pequenos
produtores ao Simples permitirá superar um grande problema: a falta de nota
fiscal, que impede a participação no programa de compras governamentais. “A
nova legislação do Simples (Lei Complementar 155/2016), que entra em vigor em
janeiro de 2018, permitirá que os agricultores façam adesão ao sistema sem
perder a qualidade de segurado especial da Previdência Social e passem a
fornecer os alimentos com a respectiva nota fiscal, já que se tornarão pessoa
jurídica”, explicou.
Em sua exposição, Pimentel destacou o
crescimento da participação das microempresas nas compras governamentais. “Em
2006, quando o Simples Nacional foi criado, não existia um programa de compras
governamentais voltado para os micro e pequenos empreendedores. Nesse período
de dez anos, só no governo federal, as compras governamentais somaram R$ 674
bilhões, sendo R$ 227 bilhões das empresas do Simples. Ou seja, 33% das compras
foram feitas diretamente dos pequenos negócios”, afirmou.
O senador ponderou, no entanto, que as
prefeituras precisam avançar no processo de compras públicas feitas desse
setor. “Temos municípios que não compram um centavo dos microempreendedores
individuais ou das microempresas. E esses municípios estão perdendo, porque a
circulação desse dinheiro no seu território vai alavancar muito mais a sua
economia”, alertou.
Faturamento – Pimentel
informou que outro entrave para a participação do MEI nas compras
governamentais, o limite de faturamento, também será superado a partir de
janeiro de 2018. Os microempreendedores terão seu faturamento ampliado de R$ 60
mil ao ano para R$ 81 mil ao ano.
Desburocratização – Ao
ressaltar a necessidade de avançar no processo de desburocratização para
garantir o crescimento das microempresas, Pimentel elogiou projeto desenvolvido
pelo governo do Distrito Federal. Nova legislação, aprovada em 2015, acabou com
a exigência de regularização fundiária para licenciar empreendimentos no DF.
“Grande parte dos municípios, principalmente médios e grandes, têm muita casa
sem escritura. E essa experiência de Brasília é perfeitamente possível de ser
implementada em outros estados e municípios brasileiros, resolvendo esse grave
problema”, disse.
O senador também informou sobre a proibição de
que as prefeituras cobrem IPTU comercial de microempreendedores que utilizem
sua residência como sede do negócio. “Em 2011, tínhamos alguns prefeitos muito
espertos que passaram a cobrar o IPTU comercial. Com isso, as vantagens que o
MEI tinha eram consumidas pelo IPTU. E numa dessas alterações da lei do Simples,
nós proibimos essa alteração do IPTU residencial em comercial”, alertou.
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