A coisa tá cada vez pior. Agora é skunk!

Maior apreensão de skunk do CE

A Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) realizou 14 procedimentos nos últimos 20 dias, tendo apreendido 48,2 quilos de drogas (entre maconha, skunk, crack e cocaína), cinco veículos, cinco armas de fogo e diversos insumos para o tráfico. Entre as apreensões estão inclusos pouco mais de 24 quilos de skunk, equivalente a maior da História do Estado para esse tipo de droga – a maior, até então, era de 11 quilos, menos da metade do confiscado na operação em questão.
Patrícia Bezerra, diretora da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas da Polícia Civil (DCTD), órgão responsável pelas operações, explica que o skunk é feito a partir da mesma matéria-prima da maconha, mas geneticamente modificado e consideravelmente mais potente, o que faz com que tenha valor de mercado mais elevado. O composto psicoativo de ambas as drogas, o tetra-hidrocarbinol (THC), tem prevalência de cerca de 2,5% na maconha e no skunk essa proporção chega a 17,5%.

Além das apreensões, foram presas 18 pessoas, sendo 12 homens e seis mulheres. Patrícia observa que isso corrobora uma tendência que tem sido percebida pela Polícia de hoje em dia as mulheres estarem cada vez mais envolvidas no mundo do crime. Elas também têm sido capturadas com mais frequência, agindo por si só ou em posição de liderança, sem dependerem diretamente de um homem, como um cônjuge.
Outro fator comum, em a muitas das operações ,foi o auxílio de denúncias anônimas feitas à DCTD apontando a identificação e localização dos criminosos. A delegada comenta que a maioria das denúncias recebidas têm fundamento, mas são analisadas com antecedência pela Unidade de Inteligência, de modo a identificar que não se trata de informação falsa. A DCTD já passou por situações, conta ela, em que bandidos tentavam fazer com que os policiais fossem a locais perigosos, para poder encurralá-los. Em outros casos, por outro lado, as denúncias são feitas por moradores locais aterrorizados pela atuação dos criminosos, quase em um pedido de ajuda.
Os presos são Fábio Pereira do Carmo, João Crisóstomo Pereira, Guilherme dos Santos Vidal, Rafael Alves Barros, Emanuel Felipe Nogueira Dantas, Bruna Barbosa Barros, Maria Rocicléia Ferreira de Oliveira, Francisca Josineuda Mendes do Nascimento, Roberto Matheus Marinho da Silva Rangel, Francisca Nadian Ferreira dos Santos, Nilson Lopes Saraiva, Roberto Carlos Rodrigues Valença, Roberto Carlos dos Santos Lima, Gregori Davysson de Oliveira Melo, Keila Ribeiro de Oliveira, Michelle Fernandes Fonseca e Marcelo Régis de Souza Aguiar.
Chefe do tráfico
Entre os inquéritos instaurados, um que se destaca é o relativo à captura de Nilson Lopes Saraiva, vulgo “Nilsinho”, cinco outros adultos e um adolescente. Nilson era um líder do tráfico na área da cidade em que atuava, no bairro Demócrito Rocha e proximidades, e já respondia por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídio, roubo e furto. Ele está sendo investigado paralelamente pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) pela morte de Francisco Ricardo Rodrigues de Lima Júnior vulgo “Papada”, outro integrante da mesma facção da qual ele faz parte, conforme divulgado pela Polícia Civil ainda esta semana.
Conforme as investigações, ele e sua família detinham poder sobre os moradores da região. “Queria destacar o trabalho social dessa captura, porque essas pessoas praticavam verdadeiro terror na população. A esposa do “Nilsinho” até decidia quem morava lá e quem não morava, porque expulsava gente de quem ela não gostava”, conta Patrícia Bezerra referindo-se a Francisca Nadian Ferreira dos Santos, também presa durante a operação.
Dos 14 inquéritos policiais divulgados na tarde de ontem, 16, a Polícia Civil esclarece que 10 foram instaurados em auto de prisão em flagrante e outros quatro a partir de portaria, com algumas das operações ainda estando em aberto. As investigações continuam para identificar outros criminosos.

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