Quebrando no lombo nordestino

Nordeste inicia safra com enfrentamento direto ao etanol importado
Navios com o produto importado aportam nos portos de Pernambuco,
Alagoas e no Maranhão
        
     O Nordeste inicia sua safra 2017/2018 já enfrentando dificuldades no mercado com a chegada de navios com etanol importado em Suape e nos portos dos estados de Alagoas e no Maranhão. A Paraíba já deu a largada na atual e recém iniciada safra e nessa quarta-feira (16) Pernambuco faz o mesmo, com a previsão de produzir cerca de 300 milhões de litros de etanol, numa estimativa inicial.
           O presidente da Indústria do Açúcar e do Álcool em Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha, faz uma avaliação crítica das circunstâncias e ressalta que a Agencia Nacional do Petróleo (ANP), colabora em muito com essa distorção no mercado, na medida em que não estabelece regras de formação e manutenção de estoques e nem de comprovação da capacidade de atender de forma contínua o mercado, como exige do produtor local. “O exportador lá fora não tem nenhuma relação sequer cadastral com a ANP”, destaca.
             Os três maiores estados consumidores no Nordeste são Pernambuco, Bahia e Ceará.  Pernambuco se auto-abastece e ainda envia produtos para outros estados como Ceará e Maranhão dentre outros, de acordo com a lógica de abastecimento efetuada pelas Distribuidoras e pela ANP. 

            Ainda, afirma o Presidente do Sindaçúcar que "o Brasil é totalmente superavitário na produção de etanol e as regiões internas do País se completam no abastecimento, não havendo necessidade de se gastar divisas cambiais com produtos que existem em nosso País. O Etanol importado tomando espaço do nacional, além de apresentar inferior qualidade, seguramente destrói empregos, que são imprescindíveis para o País”.

​Renato Cunha, vice-presidente do  FNS e presidente do Sindaçúcar de PE
     
       Segundo Renato Cunha, o Sindicato tem tentado gestões junto ao governo federal, ainda sem resultados conclusivos. Porém, ressalta que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) já emitiu desde abril, sem providências seguintes da ANP, resolução de número 11 que determina aos importadores de biocombustíveis atenderem ás mesmas obrigações de manutenção de estoques de volume importado, a cada importação, em idênticas proporções e volumes aos estabelecidos para os produtores.

      “Por essas razões, no Sindaçúcar e no Fórum Nacional Sucroenergético (FNS), estaremos sempre determinados na obtenção de um equilíbrio de competitividade, sendo o aperfeiçoamento dessa agenda fundamental para a continuidade de nosso setor", finaliza o presidente do Sindaçúcar e vice-presidente do FNS, Renato Cunha.

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