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Fortaleza tem segunda maior inflação do País


Após interromper a trajetória de altas, observada desde o início de 2017, em junho (-0,25%), Fortaleza voltou a registrar nova alta da inflação em julho. No período, o IPCA – índice que mede a inflação oficial do País – atingiu 0,01% na Capital, encerrando o período acumulado em 12 meses, terminados em abril, com segunda maior inflação do País, de 3,65% – atrás, apenas, do Distrito Federal (3,79%) –, embora abaixo da média nacional do período, de 2,71% –, apesar de se distanciar do teto da meta do Governo, de 6% neste ano (em junho, o índice acumulado foi de 4,31%). O índice foi divulgado, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De junho para julho, o grupo tubérculos, raízes e legumes registrou o maior impacto, com o avanço de 3,6% na capital cearense, com destaque para os reajustes da cebola (20,44%) e tomate (18,5%). Em seguida, vem a energia elétrica residencial (3,5%) – motivada pela entrada em vigor da bandeira amarela nas contas, em 1º de julho – e aluguel e taxas (3,07%), entre as maiores altas. Já entre as principais reduções, estão frutas – com destaque para a queda observada em maracujá (-12,96%) e laranja pera (-10,69%) –; cereais, leguminosas e oleaginosas (-4,71%); e açúcares e derivados (-4,17%. Por subitens, entre as maiores quedas, além dos já citados, estão batata inglesa (-19,36%) e feijão carioca (-11,12%).
O IPCA é calculado desde 1980, e se refere às famílias com rendimentos de um a 40 salários mínimos de dez regiões metropolitanas do País, além de Goiânia, Campo Grande e Brasília. Para cálculo mensal foram comparados os preços coletados no período de 29 de junho a 31 de julho de 2017 (referência) com os preços vigentes no período de 1º a 28 de junho de 2017 (base).

Balanço
Por categorias, entre as que mais subiram, nos primeiros sete meses de 2017, está transporte público (12,05%), que detém a maior alta acumulada do País, devido às altas de 17,8% em ônibus urbano e 11,5% em ônibus intermunicipal. Na sequência, estão cursos regulares (8,64%); hortaliças e verduras (8,28%); planos de saúde (7,7%); produtos farmacêuticos (7,17%) e serviços de saúde (7,02%). Já entre as menores variações, estão calçados e acessórios (0,65%); roupa feminina (0,42%); e carnes e peixes industrializados (0,02%). Por fim, as maiores retrações, de janeiro a julho, cereais, leguminosas e oleaginosas (-13,49%); e açúcares e derivados (-9,66%); e aves e ovos (-8,09%), segundo o IBGE.

Na análise por subitens, considerando o acumulado entre janeiro e julho últimos, lidera a lista de maiores altas o tomate (27,31%). Na sequência, estão as variações da manteiga (17,92%); cebola (14,26%); taxa de água e esgoto (12,79%); e educação infantil (12,65%). Por outro lado, segundo o IBGE, as maiores retrações, no período, foram registradas em itens como feijão fradinho (-26,3%), maracujá (-24.66%), batata inglesa (23.56%), maçã (-23,45%), mamão (-23,18%) e feijão carioca (-22,7%).
Entre as principais contribuições para a elevação do índice acumulado, em 12 meses terminados em julho (3,65%) – considerando o fator peso na composição do índice –, na capital cearense, estão alimentação e bebidas (1,47%); alimentação no domicílio (0,88%); e alimentos consumidos fora do domicílio (3,22%). Em seguida, estão transporte (4,67%); transporte público (12,36%) – cujas únicas retrações foram em passagem aérea (-6,69%), após recuar 1,31% em julho; e ônibus interestadual (-5,74%) –; e habitação (5,30%), onde se destaca o reajuste médio das taxas de água e esgoto (12,79%), condomínio (5,85%) e aluguel e taxas (5,79%).
INPC
Acompanhando a inflação medida pelo IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) da região metropolitana de Fortaleza também subiu em julho (0,11%) – contrariando o movimento observado em junho, de -0,35% –, acumulando, no ano, a sexta maior alta do País (1,58%). Considerando o fator peso, a elevação acumulada é reflexo da alta observada no grupo transporte público (14,18%) e habitação (3,66%). O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.

Energia e combustíveis impactam indicador
No País, após ter registrado deflação em junho, a inflação voltou a subir em julho, com alta de 0,24%. Os vilões de julho foram justamente os que deram alívio no mês passado. Combustíveis e energia elétrica, voltaram a subir e reverteram a queda anterior, pressionando o índice de preços em julho. O Governo autorizou aumento no imposto nos combustíveis em 21 de julho, mas, mesmo tendo ocorrido no fim do mês, a medida teve impacto no IPCA porque a gasolina tem peso importante no indicador. Alimentos, na outra ponta, deram alívio, devido à melhor safra.

Com o resultado mensal, no acumulado de 12 meses, encerrados em julho, o índice ficou em 2,71%. É a primeira vez, em dez anos, que o índice em 12 meses fica abaixo de 3%, o piso da meta do Governo Federal. Atualmente, a meta de inflação do Governo é de 4,5%, com variação de até 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A inflação ficou abaixo do centro da meta nas 13 capitais pesquisadas pelo IBGE. Antes disso, o índice em 12 meses já havia sido menor em dezembro de 1998 e janeiro 1999, quando atingiu 1,65%. No acumulado dos sete meses do ano, a alta foi o 1,43%, a mais baixa para o período desde 1994, o início da série histórica medida pelo IBGE.
Em junho, o País teve a primeira queda de preços – chamada de deflação – em 11 anos, ao registrar variação de 0,23%, algo que não era visto desde 2006. Na ocasião, a queda da conta de luz, da gasolina e dos alimentos ajudaram reduzir o índice. O resultado de julho foi o melhor para o mês desde 2014 (0,01%).

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