Sob pressão, presidente da CCJ diz que não troca 'independência' por cargos
Em vias de escolher relator de denúncia em comissão, Rodrigo Pacheco divulga nota para reiterar que não agirá sob influência
Daiene Cardoso,
O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira, 30,
o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara,
Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), afirmou que não se deixará influenciar por
possíveis ofertas de cargos em troca da escolha de um relator governista
para a denúncia contra o presidente Michel Temer. Incomodado com a
informação de que o governo estaria disposto a nomear o próximo
presidente de Furnas para agradá-lo, o peemedebista reafirmou que não
agirá sob influência dos aliados do Palácio do Planalto.
"Por mim, esse fato não acontecerá e dispenso qualquer iniciativa nesse sentido. Nada me fará arredar da condução serena e independente da CCJ da Câmara, sem interferências", disse em texto.
Pacheco afirmou ter recebido com "estranheza" a informação de que poderia ser atendido pelo Executivo com o cargo em Furnas. O peemedebista afirma que a função já é ocupada "há muito tempo" pelo PMDB mineiro.
Otimismo. Embora haja uma pressão de governistas para influenciar a escolha do relator na CCJ, uma fonte palaciana adotou o discurso de que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) é "extremamente fraca", inepta e de natureza política, o suficiente para ser derrubada com "tranquilidade" na comissão e no plenário, com um número "seguro e amplo".
Entre os líderes governistas na Câmara, a avaliação também é de que
hoje o governo venceria a batalha na CCJ e no plenário. Os líderes dizem
que a decisão de fatiar as denúncias geram um desgaste ao governo, o
que é interpretado como um posicionamento político e não
técnico-jurídico da PGR. Neste contexto, a tendência é de que os
parlamentares considerem que a classe política está sob ataque, por isso
podem vetar a denúncia "para se defender".
No PTB, por exemplo, o líder Jovair Arantes (GO) disse que não haverá fechamento de questão sobre o tema e que mais de 80% da bancada é contra a denúncia. Jovair considera que a ação é um "ataque sistemático à política". "A denúncia é inconsistente e, no meu entendimento, é abusiva", afirmou. Jovair também utiliza o argumento de que não é bom para a estabilidade política e econômica a saída de Temer. "O País não merece mais uma ruptura neste momento", considerou.
O líder do PR, deputado José Rocha (BA), diz estar seguro de que o governo tem maioria para impedir o avanço da denúncia. Em sua avaliação, a denúncia é inconsistente e os parlamentares vão considerar que falta pouco mais de um ano para a eleição presidencial, portanto não seria o caso de afastar mais um presidente. "Você acha que o País tem condições de suportar duas eleições?", observou.
"Por mim, esse fato não acontecerá e dispenso qualquer iniciativa nesse sentido. Nada me fará arredar da condução serena e independente da CCJ da Câmara, sem interferências", disse em texto.
Pacheco afirmou ter recebido com "estranheza" a informação de que poderia ser atendido pelo Executivo com o cargo em Furnas. O peemedebista afirma que a função já é ocupada "há muito tempo" pelo PMDB mineiro.
Otimismo. Embora haja uma pressão de governistas para influenciar a escolha do relator na CCJ, uma fonte palaciana adotou o discurso de que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) é "extremamente fraca", inepta e de natureza política, o suficiente para ser derrubada com "tranquilidade" na comissão e no plenário, com um número "seguro e amplo".
No PTB, por exemplo, o líder Jovair Arantes (GO) disse que não haverá fechamento de questão sobre o tema e que mais de 80% da bancada é contra a denúncia. Jovair considera que a ação é um "ataque sistemático à política". "A denúncia é inconsistente e, no meu entendimento, é abusiva", afirmou. Jovair também utiliza o argumento de que não é bom para a estabilidade política e econômica a saída de Temer. "O País não merece mais uma ruptura neste momento", considerou.
O líder do PR, deputado José Rocha (BA), diz estar seguro de que o governo tem maioria para impedir o avanço da denúncia. Em sua avaliação, a denúncia é inconsistente e os parlamentares vão considerar que falta pouco mais de um ano para a eleição presidencial, portanto não seria o caso de afastar mais um presidente. "Você acha que o País tem condições de suportar duas eleições?", observou.
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