Por quê sofisticar?
Alguns
analistas da Ciência Econômica complicam a interpretação dos fatos.
Como se não bastasse a interdependência entre a política e a economia, o
uso do “economês” – como do “juridiquês” - deixa
a pessoa não especialista confusa e insegura. Por exemplo: - por que
usar “coeteris paribus” ao invés de “tudo mais constante”? ou “policy
makers” no lugar de “formuladores de políticas”? Será
que é para demonstrar saber? Recentemente, ouvindo um debate sobre
Balanço de Pagamentos(BP) fiquei perplexo. O que foi exposto, acredito,
não era para os ouvintes compreender. Diante destas observações,
tenta-se mostrar a seguir de forma um pouco mais clara e resumida o que é
um “BP”. É o registro das transações entre os residentes e não
residentes de um país durante um determinado período de tempo. Compõe-se
de dois grupos de contas: a)Contas operacionais, que dizem respeito aos
fatos geradores do recebimento ou do pagamento de recursos externos; e
b) Contas de caixa, que registram o movimento dos meios de pagamento. A
estrutura do “BP” é a seguinte: a) Transações correntes, compreendendo a
balança comercial(exportações e importações), a balança de
serviços(juros, seguros, fretes, etc.) e os donativos; e b) Movimento de
Capitais, abrangendo capitais autônomos (investimentos, amortizações,
empréstimos, etc.) e capitais compensatórios. O surgimento de capitais
compensatórios indica uma situação de desequilíbrio. Já não é fácil
entender, porém não precisa sofisticar e sim simplificar, para mostrar
conhecimento do assunto. Como disse a Doutora Zilda Arns: “nunca se deve complicar o que pode ser feito de maneira simples”.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
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