«Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra»
Quando tomou o cálice, o Senhor deu graças (Mt 26,27); podemos
recordar as palavras da bênção, que exprimem indubitavelmente uma ação
de graças ao Criador, mas sabemos também que Cristo tinha o costume de
dar graças sempre que, antes de realizar um milagre, elevava os olhos ao
Pai dos Céus (Jo 11,41). Ele dá graças porque Se sabe antecipadamente
escutado. Dá graças pelo poder divino que tem em Si, pelo qual vai
manifestar aos olhos dos homens a omnipotência do Criador. Dá graças
pela obra de redenção que Lhe é dado realizar, e dá graças por esta obra
que é, em si mesma, glorificação do Deus Trindade, cuja imagem
desfigurada renova, devolvendo-lhe toda a pureza da sua bondade.
Assim,
o sacrifício eternamente atual de Cristo na cruz, no decurso da Santa
Missa e na glória eterna do Céu, pode ser entendido como uma só e imensa
ação de graças - é isso que significa a palavra «eucaristia» -, como
ação de graças pela criação, a redenção e a realização final. Ele
oferece-Se a Si mesmo em nome de todo o universo criado, do qual é o
modelo original e ao qual desceu para o renovar a partir de dentro e o
conduzir à sua realização. Mas também chama todo o mundo criado a
apresentar com Ele ao Criador a homenagem de ação de graças a que Este
tem direito.
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