O FBI é uma coisa séria

Casa Branca pediu a FBI que negasse relatório sobre Rússia, diz TV

O FBI (a polícia federal dos EUA) teria rejeitado um pedido da Casa Branca para desmentir o relatório sobre os encontros de assessores de Donald Trump com pessoas ligadas ao governo russo durante a campanha eleitoral, informou nesta quinta-feira (23) a rede de televisão CNN.
O conteúdo do documento foi publicado no dia 14 pela emissora e pelo jornal "The New York Times". Segundo a emissora, o contato foi feito por Reince Priebus, chefe de gabinete da Casa Branca, no dia seguinte à reportagem.

Dmitri Lovetsky - 20.fev.2017/Associated Press
Matrioskas retratando Vladimir Putin e Donald Trump são vistas em loja de São Petersburgo, na Rússia
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Priebus teria falado com o vice-diretor do FBI, Andrew McCabe, em uma reunião na sede do governo. Inicialmente, o agente de segurança disse que a imprensa teria exagerado sobre o relatório.
Membros do governo dizem que, dias depois, o chefe de gabinete voltou a procurar McCabe e o diretor da polícia federal, James Comey, para que eles pelo menos falassem com autores das reportagens para desmenti-las.
Comey rejeitou a solicitação, afirma o canal, porque a associação do presidente e de sua equipe com os russos era alvo de investigação. Depois disso, a Casa Branca deu sua própria negativa, chamando a reportagem sobre o relatório "um completo lixo".
Nos EUA, os contatos entre o alto escalão do governo e o FBI são limitados por lei para evitar interferências políticas em investigações. Os únicos casos em que isso pode ser feito é em consulta sobre os deveres do presidente em segurança pública.
Tanto o governo quanto a polícia federal não comentaram sobre o assunto. A tentativa de desmentir a reportagem foi reforçada depois que parlamentares começaram a investigar as tentativas russas de influenciar Trump.
Além dos contatos de campanha, um encontro com o embaixador russo em Washigton antes de Trump tomar posse fez o assessor Michael Flynn deixar o posto de conselheiro de Segurança Nacional na semana passada.
NUCLEAR
Nesta quinta, o presidente disse, em entrevista à agência de notícias Reuters, que deseja fortalecer o arsenal nuclear, a fim de manter a liderança mundial americana em bombas atômicas.
Nos seus primeiros comentários sobre o arsenal nuclear norte-americano desde que assumiu o poder em 20 de janeiro, Trump declarou que os EUA "ficaram para trás na capacidade em armas nucleares".
"Seria maravilhoso, um sonho se nenhum país tivesse armas nucleares, mas se países vão ter, nós estaremos no topo do grupo", afirmou.
Ele chamou de desigual o tratado com a Rússia que limitaria o avanço nuclear dos dois países a partir de 2018 às proporções de explosivos existentes hoje. "Apenas mais um acordo ruim que o país fez. Nós vamos começar a fazer acordos bons."
Os EUA estão no meio de um programa de modernização de 30 anos no valor de US$ 1 trilhão dos seus submarinos de mísseis balísticos, bombardeiros e mísseis terrestres, um custo com o qual, para muitos especialistas, o país não pode arcar.

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