Falha num motor obriga avião da TAP a voltar para trás
Um avião da TAP com destino a São Paulo, no Brasil, regressou ao aeroporto de Lisboa após detetar avaria num dos motores
Uma
anomalia num motor obrigou hoje um avião da TAP a regressar ao
aeroporto de Lisboa pouco depois de ter levantado voo com destino a São
Paulo, no Brasil.
O aparelho saiu de
Lisboa com 177 passageiros e 11 tripulantes às 10:34 e voltou a aterrar
cerca das 12:30, depois de ter andado em sobrevoo durante algum tempo
para gastar combustível, explicou o porta-voz da TAP André Soares ao DN,
adiantando que o avião estava na zona de Peniche quando se detetou a
"anomalia" num dos quatro motores.
De
acordo com a mesma fonte, o regresso a Lisboa foi decidido por precaução
e os passageiros embarcarão ainda hoje com destino a São Paulo num
outro aparelho.
Este avião da TAP é um dos de quatro aviões A340-300 que em julho receberam autorização para prolongar a vida útil.
O
voo TP89 estava a ser operado por um dos quatro aviões A340-300 da
companhia aérea portuguesa TAP, que em julho de 2016, foram objeto de
uma autorização pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), para
extensão da vida útil, um aval que está ser investigado pelo regulador
europeu do setor da aviação.
Em 12 de
julho, a TAP solicitou à ANAC a isenção da obrigatoriedade de
modificações de componentes, com vista à continuação da operação dos
aviões até aos 31.000 ciclos de voo e 156.000 horas de voo, que
atingiriam "a breve trecho" as 100.000 horas de voo, valor que
corresponde ao limite da vida útil, o que foi autorizado a 13 de julho.
Fonte
oficial da TAP disse hoje à Lusa que a ocorrência não teve qualquer
relação com essa extensão da vida útil, uma vez que "todos os requisitos
de aeronavegabilidade estão garantidos", referindo que "aconteceu nesta
aeronave como podia acontecer com qualquer outra".
Conforme
a Lusa noticiou em 25 de janeiro, a Agência Europeia para a Segurança
na Aviação (EASA) disse que não recebeu quaisquer documentos ou
informação da ANAC sobre esta autorização", acrescentando que iria
contactar o regulador nacional "de modo a proceder a uma investigação
mais aprofundada sobre o assunto".
A
EASA esclarece que os estados membros podem atribuir estas isenções "no
caso de circunstâncias operacionais imprevistas e urgentes, ou
necessidades operacionais de duração limitada", desde que o nível de
segurança não seja afetado.
Ainda
assim, "no caso de estas isenções se tornarem repetidas ou serem
garantidas por períodos acima de dois meses, a ANAC deve notificar a
EASA, a Comissão [Europeia] e os outros estados membros dessas mesmas
isenções", explicou à Lusa o regulador europeu da aviação.
Contudo,
segundo a ANAC, a legislação em vigor no que às isenções diz respeito
não estabelece qualquer prazo de informação/envio das mesmas à EASA.
"A
regulamentação que permite aos estados membros concederem isenções aos
requisitos e às regras de execução emanadas quer do Parlamento Europeu e
do Conselho quer da Comissão Europeia não estabelece qualquer prazo
para a comunicação das isenções concedidas", entende a ANAC.
O
regulador nacional da aviação garante que "em momento algum a segurança
destas aeronaves esteve em causa", opinião corroborada pela companhia
aérea portuguesa.
"Não há qualquer
risco porque sempre foram mantidos e observados os requisitos de
manutenção da aeronavegabilidade continuada. A TAP não faz qualquer
concessão em matéria de segurança, cumpre rigorosamente todas as normas e
padrões de segurança e atua em conformidade com as determinações legais
e do fabricante", assegurou, em janeiro, a TAP.
O
regulador nacional disse, então, à Lusa que, antes do envio da
comunicação e de a TAP formalizar os pedidos de isenção, reuniu com os
seus responsáveis e discutiu os aspetos técnicos da operação, já na
posse dos pareceres favoráveis emitidos pelo fabricante, para que os
aviões operassem fora de alguns limites estabelecidos.
Os quatro aviões A340-300 operam em ligações de longo curso da TAP, com rotas em África e no Brasil.
Estes aviões atingiram as 100.000 horas de voo entre 29 de julho e 26 de setembro de 2016.
Em 05 de janeiro já tinham voado entre 101.218 e 101.786 horas de voo.
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