Imperialismo brasileiro será com a droga!
Quantos Méxicos cabem na Amazônia?
Segundo
dados da Polícia Federal, do Ministério Público e do núcleo de
inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, a atuação
de facções criminosas na região Norte está ligada ao controle do
fornecimento de cocaína do Peru para o Brasil.
De acordo com o relatório, a facção Família do Norte (FDN) - um dos grupos envolvidos nas degolas de Manaus
- aliciou fornecedores peruanos e colombianos para construir seu
próprio cartel. O objetivo do grupo, segundo essas informações, seria
obter o controle da distribuição da cocaína no Brasil, um negócio
avaliado em pelo menos 4,5 bilhões de dólares ao ano.
O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de cocaína no mundo, atrás apenas dos EUA.
"Os
resultados obtidos indicam que o Amazonas se configura como o principal
corredor do ingresso de cocaína no Brasil, proveniente dos cultivos de
coca nas fronteiras Brasil-Peru e Brasil-Colômbia", diz o relatório.
Desde
2010, a FDN vem apliando seu poderio e influência nas rotas do tráfico
de drogas e no controle dos presídios do Norte, além de se configurar
como principal aliada do Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.
Apesar
da hegemonia da FDN, o tráfico no estado do Amazonas conta com a
presença também do CV e do Primeiro Comando da Capital. O PCC,
entretanto, detém um controle maior sobre as rotas que abastecem o sul e
sudeste do Brasil, via Paraguai.
MEXICANIZAÇÃO
- A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas alerta para um novo
risco: a transferência das áreas de cultivo dos arbustos de coca de
território peruano para o Brasil.
Apesar
de constantes operações de órgãos de segurança brasileiros e peruanos, o
relatório afirma a existência de "diversas áreas ocupadas com cultivo
de coca na Amazônia" - especialmente na região do Rio Javari, na
fronteira entre Brasil e Peru - e "a grande quantidade de laboratórios
destinados a transformação das folhas de coca em pasta base de cocaína".
Além disso, as mesmas fontes também citam o emprego de índios Ticuna no
cultivo da coca.
A
Polícia Federal e o MPF estudam também a existência de uma nova rota de
tráfico entre a região de fronteira e Fortaleza. Através de pequenos
barcos e aviões, a pasta base de cocaína seria enviada até a capital
cearense e, de lá, distribuída aos EUA, Europa, Ásia e África por via
marítima.
Existe
ainda a possibilidade de a FDN e o CV obterem, em pouquíssimo tempo, o
controle da maior parte do tráfico de cocaína na América do Sul. As
facções mantinham, segundo o Ministério Público Federal, estreitas relações com as FARC, da Colômbia.
Apesar dos recentes acordos de paz entre as FARC e o governo
colombiano, que podem pôr fim a mais de 50 anos de conflito, a FDN e o
CV continuam em contato com um grupo dissidente, a "Frente Primeira",
que se recusou a aceitar os termos de desarmamento.
"Há
forte relação comercial da guerrilha com traficantes brasileiros e até
autoridades, em troca de dinheiro e drogas.Não se pode negar, é muito
possível que esse grupo rebelde FDN tenha relação com integrantes
dissidentes das FARC", declarou o professor de Ciências Sociais, Alejandro Villanueva Bustos, da Universidade da Colômbia.
"Se
não houver uma guinada, estaremos no caminho do México", disse à Folha o
secretário de Segurança Pública do Amazonas, Sérgio Fontes.
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