Irauçuba brilha no Porto

Ex-aluno da UVA é premiado em conferência em Portugal

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Qua, 11 de Janeiro de 2017 14:49
Esequiel Mesquita recebeu o prêmio “Best Young Research Paper Award” durante a XII Cinpar, que aconteceu em Portugal.

ResequielcapesO bolsista de doutorado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) Esequiel Mesquita recebeu o prêmio “Best Young Research Paper Award” durante a XII International Conference on Structural Repair and Rehabilitation – Cinpar, que aconteceu na cidade do Porto, em Portugal. O artigo premiado, intitulado “Bond-slip monitoring of reinforced concrete through optical fiber sensor”, trata de um novo dispositivo baseado em tecnologia ótica para medir deslocamentos relativos no interior das estruturas de concreto armado, com precisão micrométrica e possibilidade de monitoramento em tempo real.

O Cinpar é um dos mais prestigiados eventos técnico-científicos da área de patologia e reabilitação de estruturas de engenharia civil, e teve sua XII edição sediada na cidade do Porto, em Portugal. O evento contou com a participação de cerca de 250 pesquisadores de 19 nacionalidades diferentes, dentre eles, o secretário-adjunto da Secitece, Francisco Carvalho, doutor em Engenharia Civil e um dos organizadores do evento, juntamente com a instituição da qual é professor, Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).


Pesquisa

Natural de Irauçuba, uma pequena cidade do interior do estado do Ceará, com cerca de 20 mil habitantes, Esequiel atualmente desenvolve a tese “Tools in the support of characterization and structural health monitoring of heritage constructions” na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). O doutorado está sendo orientado por Humberto Varum, António Arêde e Paulo Antunes. Em Portugal, o bolsista tem desenvolvido sensores óticos para monitoramento dos parâmetros estruturais do patrimônio histórico e estudado o comportamento destas construções sob influência dos diversos mecanismos de dano ao longo do tempo, com o objetivo de identificar cenários de risco que, com antecedência, permita propor uma intervenção adequada no edificado, de modo a garantir sua segurança estrutural.

“Iniciei meu doutorado em janeiro de 2014 e estou aqui desde então. Devo terminar os estudos em janeiro de 2018 e retornar ao Brasil. Até agora, cursar o doutorado no exterior tem sido uma experiência incrível e de grande proveito para a minha qualificação profissional, sem sombra de dúvidas. A oportunidade de integrar e colaborar com grupos de pesquisa de excelência, de diferentes partes do mundo e de, efetivamente, contribuir com a ampliação do conhecimento e aplicá-lo, constituem experiências de bastante impacto na qualificação profissional. O pensamento muda, as práticas mudam, e até a própria postura como pesquisador muda. Você acaba percebendo, de fato, o real significado do termo globalização e aprende a trabalhar com equipes multidisciplinares e, do ponto de vista profissional, cresce bastante”, conta Esequiel.

Ex-aluno da UVA, o pesquisador ressalta a importância das bolsas de pesquisa. “Este tipo de ação é fundamental para que a pesquisa científica brasileira seja vista e alcance patamares de reconhecimento perante a comunidade científica internacional. A ampliação destes programas de internacionalização, bem como um maior incentivo ao desenvolvimento científico são vitais ao próprio desenvolvimento tecnológico do Brasil.”


Resultados

O bolsista acredita que sua pesquisa já tem gerado impactos no Brasil. “Primeiramente, porque temos poucos estudos desta natureza realizados no Brasil. Infelizmente ainda não aprendemos a valorizar de maneira expressiva o nosso patrimônio histórico e a cuidar dele como deveríamos. Então, a realização desse tipo de estudo não só contribui para a valorização do nosso patrimônio histórico, como também é desafiador do ponto de vista da engenharia, pois precisamos entender como estas edificações funcionam, que, em geral, são tipologias construtivas não abrangidas pelos códigos de projeto atualmente em vigor, e qual será a melhor maneira de intervir, de modo não-destrutivo. É uma lacuna no conhecimento que estamos ajudando a superar. E, em segundo lugar, porque já temos algumas colaborações firmadas como, por exemplo, com o IPHAN do Ceará, desde 2015, que tem nos garantido aplicar os conhecimentos aqui adquiridos em casos práticos do patrimônio histórico brasileiro. Aqui em Portugal, os estudos nesta área estão bastante avançados e eu tenho tido a oportunidade de estudar construções mais antigas que o próprio Brasil, por exemplo”, finaliza.

Com informações da Capes

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