Esse Trump é um pau de galinheiro

Mulher de Trump trabalhou nos EUA antes de conseguir visto, diz agência


Alex Wong/Getty Images/AFP
Melania Trump beija seu marido, Trump, após discursar no primeiro dia da Convenção do Partido Republicano
Melania Trump beija seu marido, Trump, após discursar na convenção do Partido Republicano
Melania Trump, mulher do candidato à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump, recebeu pagamentos como modelo no país antes de ter um visto de trabalho, segundo a agência de notícias Associated Press.
Há 20 anos, quando chegou nos EUA da Eslovênia, Melania teria ganho cerca de US$ 20 mil sete semanas antes de obter o documento, diz a AP, citando livros contábeis e contratos da época obtidos pela reportagem.
Durante a campanha presidencial, Trump defendeu um endurecimento das políticas migratórias dos EUA e criticou os imigrantes ilegais que estão no país. Entre outras medidas, ele sugeriu o uso mais amplo do sistema E-verify -que ajuda empregadores a checarem se postulantes a vagas têm permissão para trabalhar- e a construção de um muro na fronteira com o México.
Melania, que recebeu um "green card" em 2001 e se tornou cidadã americana em 2006, sempre sustentou que chegou ao país legalmente e que nunca violou seu status de imigrante.
Por meio de um advogado, a mulher de Trump afirmou que chegou aos EUA em 27 de agosto de 1996 com o visto B1/B2 (de visitante) e obteve um documento de trabalho em 18 de outubro de 1996.
Documentos obtidos pela AP mostram que Melania recebeu pagamentos por dez trabalhos como modelo entre 10 de setembro e 15 de outubro daquele ano. No período, ela teria trabalhado para para uma lista de clientes que incluía a revista Fitness e a loja de departamentos Bergdrof Goodman. Então, seu visto permitia apenas que ela ficasse nos EUA e procurasse trabalho, não que trabalhasse ou recebesse pagamentos.
É improvável que a descoberta afete a situação legal de Melania Trump. O governo até pode tentar revogar a cidadania concedida a imigrantes caso descubra que estes omitiram fatos relevante para sua naturalização, mas só costuma fazer isso em casos graves, como os que envolvem terrorismo e crimes de guerra.
RETA FINAL
A revelação deste caso, porém, acontece em um momento final da campanha em que Melania tem atuado mais fortemente pela candidatura de Trump. Na quinta (3), ela fez seu primeiro discurso em meses e falou justamente sobre seu trabalho como modelo na Europa e sobra a decisão de migrar para os EUA.
Procurado pela AP, um antigo chefe de Melania, Paolo Zampolli, confirmou que o documento é compatível com os produzidos por sua empresa e confirmou que a assinatura nos papeis é a sua. Ele afirma, contudo, não lembrar que a mulher de Trump tenha trabalhado sem autorização.
Um advogado especializado em imigração contratado por Melania afirmou que os documentos mostrados pela agência não tiveram sua autenticidade comprovada e que não batem com os registros que eles têm.
A porta-voz da campanha de Donald Trump, Hope Hicks, não respondeu às perguntas feitas pela AP.

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