Não existe almoço de graça

Vila Estância Vicentina, no Dionísio Torres, é ameaçada de demolição
A Vila Estância Vicentina, localizada no Dionísio Torres, está ameaçada de demolição depois de autorização concedida pela Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma), no último dia 24. O conjunto tem cerca de 40 residências ocupadas por população de baixa renda, inclusive com moradores idosos que residem no local desde a data da construção, na década de 1960.
De acordo com o certificado de autorização, solicitado pelo Conselho Central de Fortaleza da Sociedade de São Vicente de Paulo, entidade privada proprietária do terreno, está passível de demolição a área construída de 2,5 mil metros quadrados, situada entre a Avenida Antônio Sales e as ruas João Brígido, Tibúrcio Cavalcante e Nunes Valente.
A denúncia foi feita na manhã desta quarta-feira, dia 19, por um grupo residentes na Vila Vicentina, durante a Reunião do Conselho Municipal de Habitação Popular. De acordo com os moradores, a incorporadora BSPar estaria interessada no terreno e teria oferecido cerca de 50 mil reais ou um apartamento em Maracanaú para cada unidade habitacional. Segundo cálculos do Coletivo Direito à Cidade, divulgados pelo Facebook, pelo valor do metro quadrado de imóveis construídos naquela área, cada casa valeria mais de 300 mil reais.
Saiba mais
A Vila Estância Vicentina, também conhecida como Vila Estância ou como Vila Vicentina, é composta por 40 unidades residenciais e foi construída em terreno doado por Dionísio Torres, na década de 1960, para beneficiar famílias pobres vindas do interior. Ainda hoje, o conjunto é habitado por famílias de baixa renda, sendo boa parte de idosos. De acordo com o Plano Diretor Participativo de Fortaleza (PDP) de 2009, a poligonal em que está localizada a Vila está protegida como uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) do tipo 1. Isso significa que o Plano Diretor a reconhece como assentamento irregular, constituído por população de baixa renda, destinado à regularização fundiária, urbanística e ambiental.

Nenhum comentário:

Postar um comentário