CE deve registrar mais de dois mil casos de câncer de mama

Depois do câncer de pele não melanoma, que responde por 25% de novos casos a cada ano no Brasil, o de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, segundo indica o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo o mastologista do Instituto de Câncer do Ceará (ICC), Ércio Ferreira Gomes, o Estado deve registrar, em 2016, mais de dois mil novos casos da doença. Sendo o diagnóstico tardio, uma das causas para que as taxas de mortalidade continuem elevadas, o mês de outubro, denominado de Outubro Rosa, é destinado ao estímulo de campanhas de conscientização para despertar a prevenção e o diagnóstico precoce.
Neste ano, a campanha Outubro Rosa, da Rede Cearense de Combate ao Câncer de Mama (Rede Mama), traz como tema o “Acesso Já”, com objetivo de incentivar a realização de exames preventivos. No próximo 13 de outubro, o ICC também lança o “Outubro das Poderosas: previna, cuide e inspire”, que enfatiza o emponderamento das mulheres, valorizando suas qualidades e formas de levar a vida.
Para o mastologista do ICC, outubro é o mês chave de alerta e orientação, mas o principal objetivo, é que as resoluções e conscientizações se estendam pelo ano todo e que as mulheres busquem realizar a mamografia todos os anos a partir de 40 anos. “Essa é a maneira mais segura que nós temos para diagnosticar precocemente”, disse o médico, destacando que, com o diagnóstico precoce, as chances de cura podem ser de até 100%. Evita-se também, tratamentos menos radicais e a retirada da mama.
Considerando a estimativa de mais de dois mil casos da doença no Ceará, apenas em 2016, o médico ressaltou que é preocupante a expectativa de óbitos, que também é elevada, em torno de 700. “São números alarmantes e crescentes. Todo ano aumenta, tanto a incidência como a mortalidade”, observou.
Dificuldades
Para Ércio, além do medo da dor do exame e do resultado positivo, muitas mulheres não têm o diagnóstico precoce devido à falha no atendimento primário e secundário. “Temos um problema inicial que é ter os aparelhos de mamografia funcionando com a capacidade plena, gente trabalhando em dois turnos, mas muitos aparelhos do SUS ou parados ou trabalhando abaixo da capacidade máxima. As mulheres não têm buscado fazer o seu exame. Muitos médicos que ficam na linha de frente do atendimento básico nos postos de saúde não solicitam o exame, e a gente tem também o problema dos exames que dão alterados que levam tempo até chegar à biopsia e receber o resultado”, afirmou.
No entanto, destacou que, uma vez a pessoa já tendo sido diagnosticada, os hospitais referência no tratamento, em Fortaleza, possuem vagas e agilidade no tratamento e atendimento, inclusive no cumprimento da lei que obriga a reconstrução da mama. “A gente visa que a mulher já saia da sala de cirurgia com a mama reconstruída e não fique mutilada. Felizmente, a atenção terciária tem funcionado muito bem. Estamos ainda pecando no atendimento primário e secundário para realizar o diagnóstico”.
PROGRAMAÇÃO
Confira as atividades do “Outubro Rosa”
• Passeio Ciclístico Rosa
Dia 5, às 19 horas. Local: Rua Padre Luís Filgueira, 52, Aldeota;
• Outubro das Poderosas
Previna, cuide e inspire: dia 13, no Espaço Rosa ICC, no shopping
RioMar;
• Caminhada Rosa
Dia 23, às 7 horas, na Avenida Beira Mar.

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