"Me chama de Cunha e me leva". Polícia 'hipster' é sensação do Brasil
Agente de cabelo preso, barba e 'jeans' chamou a atenção durante a detenção do ex-presidente da Câmara dos Deputados
Na
quarta-feira, Eduardo Cunha, antigo líder da Câmara dos Deputados do
Brasil, foi detido nas imediações do prédio onde vive, em Brasília. A
ordem de detenção foi do juiz Sérgio Moro, responsável pela operação
Lava-Jato, e rapidamente as imagens que mostravam o ex-deputado a ser
escoltado por agentes da Polícia Federal circularam na comunicação
social brasileira.
Mas, apesar da prisão do homem que foi o principal responsável pelo início do impeachment
de Dilma Rousseff, poucas horas depois a principal questão que os
brasileiros - sobretudo as brasileiras - colocavam era só uma: quem era o
polícia de barba aparada, cabelo preso num coque, jeans e t-shirt que acompanhava Cunha?
A
busca começou nas redes sociais e deu frutos: horas depois, já todos
sabiam que o agente era Lucas Valença, de 30 anos, com uma conta no
Instagram cujo número de seguidores subiu exponencialmente em pouco
tempo. Esta quinta-feira, a conta de Valença já vai nos 146 mil seguidores.
Nas
imagens que partilha no Instagram, Valença mostra pormenores do
dia-a-dia, sem revelar a atividade profissional. Segundo a imprensa
brasileira, o "hipster da Federal" - nome pelo qual ficou já conhecido -
mora em Brasília e é polícia desde 2012. E tem arrancado suspiros,
reunindo em pouco tempo uma enorme legião de fãs graças aos atributos
físicos que exibe nas fotografias que coloca nas redes sociais.
No
Twitter, houve quem mesmo quem ironizasse e pedisse para ser "preso"
pelo agente: "Me chama de Cunha e me leva". Outros perguntavam,
brincando, se as imagens da detenção de Cunha eram, afinal, de um vídeo
de uma boy band.
Esta
não é a primeira vez que, no Brasil, um agente é catapultado para a
ribalta depois de ser visto em operações policiais: na operação
Lava-Jato, ficou já famoso Newton Ishii, apelidado de "Japonês da
Federal" ou "japonês bonzinho", porque aparecia sempre ao lado de
empreiteiros, operadores financeiros e políticos detidos.
A
fama de Ishii traduziu-se, inclusive, no tema de uma música, assinada
pelo advogado e compositor Thiago Vasconcelos de Souza, que incluía o
trecho: "Ai meu Deus, me dei mal. Bateu a minha porta o japonês da
Federal". Mas o célebre "japonês bonzinho" viria, também ele, a ser
detido meses depois, pelo crime de facilitação de contrabando.
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