FORA, MAS MEIO DENTRO
Coluna Carlos Brickmann
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(Edição dos jornais de Quarta-feira, 7 de setembro de 2016)
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A maior
manifestação popular dos últimos tempos pedia Fora, Dilma.
Esperava-se que o vice Michel
Temer assumisse dizendo a que veio: reduzindo o número de Ministérios,
desaparelhando a administração que havia sido
aparelhada pelo Governo, enfrentando pelo menos alguns dos grupos
corporativos que, indiferentes á crise, insistiam em multiplicar seus
salários, vantagens, benefícios e penduricalhos diversos.
Temer
assumiu falando grosso, mas concordou em
seguida com um pacotão de benefícios a grupos corporativos que aumentou o
déficit público em mais de R$ 40 bilhões.
Fechou o Ministério da Cultura e o reabriu em seguida. Impôs medidas
restritivas ao aumento de gastos dos Estados como preço para
aliviar seus problemas financeiros, mas em seguida desimpôs as
exigências. Virou uma Dilma que fala português mais requintado, com
mesóclises.
Qual seria a reação do eleitorado se Temer assumisse a linha de sua equipe econômica e
fizesse o necessário, em vez de pedir ao ministro Meirelles que explique por que R$ 40 bilhões não aumentam o déficit?
No Reino Unido, mesmo tendo de passar frio durante a luta de Margaret
Thatcher com os mineiros de
carvão, o eleitorado a manteve no poder por 12 anos. Lee Kwan Yew, em
Cingapura, foi mantido 25 anos no poder; seu filho Lee Hsien Loong
ganhou
as eleições, e mantém a política do pai.
Aqui, Temer e o PMDB querem apoio para manter
Dilma meio fora.
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