Meios
e fim
“O fim justifica
os meios”, frase atribuída a Maquiavel, não é uma atitude estratégica, mas uma
conduta incorreta que não leva uma sociedade a uma situação de justiça, nem se
baseia na essência da democracia. Como disse Norberto Bobbio:
"Tradicionalmente, a ética distinguiu os deveres em relação aos outros e
os deveres para consigo mesmo. No debate sobre o problema da moral em política
aparecem exclusivamente os deveres em relação aos outros". Ademais, a
honestidade política, no sentido amplo, não precisa de justificativa de
conduta, pois tem por alicerce a disciplina e por objetivo principal a
verdadeira justiça. Nos dias atuais existem muitos países ditos democráticos;
elegem seus governantes, todavia, não apresentam uma sincera e clara harmonia
entre os aspectos éticos e de governabilidade. Esses países são
subdesenvolvidos, estão em fase de desenvolvimento ou, até mesmo, podem ser
considerados desenvolvidos. Acreditamos que eles fazem parte de um contexto que
é a nova versão do colonialismo primitivo e do imperialismo industrial, isto é,
da globalização perversa. Não é justo atender exigências monetárias e
financeiras significativas, deixando o povo sem esperança, com vários problemas,
em função da falsa governabilidade. Os dirigentes de tais países chegam a
rejeitar a ética, muitas vezes prometida em campanhas políticas, argumentando a
necessidade da governabilidade. Lamentavelmente, alguns governantes não sabem
distinguir os dois conceitos. Por sua vez, defendemos que ética e
governabilidade caminhem juntas, buscando uma sociedade politicamente aberta,
soberana, não corrupta, de economia forte e socialmente justa.
Gonzaga
Mota
Professor
aposentado da UFC-Ex Governador do Ceará e meu amigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário