Base de Temer rejeita destaque de
Pimentel e extingue Ministério da Previdência
O senador também tentou manter MDA e
CGU
O senador José Pimentel (PT-CE) trabalhou
nesta quinta-feira (8/9) para impedir a aprovação da medida provisória que
desmonta a estrutura administrativa do governo federal. A MP 726/2016, editada
pelo governo ilegítimo do presidente Michel Temer, atinge ministérios que
executam importantes políticas de proteção aos brasileiros mais pobres, como da
Previdência Social e do Desenvolvimento Agrário. A MP também extingue a
Controladoria Geral da União (CGU), órgão federal de combate à corrupção, criado
pelo governo Lula. Mesmo diante da resistência da bancada do PT, a medida foi
aprovada pelo Senado e segue para sanção presidencial.
Por meio de questão de ordem,
Pimentel alertou que a matéria não poderia ser apreciada, pois o intervalo de
duas sessões deliberativas não havia sido cumprido. Mas o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), quebrou a regra e colocou a proposta em votação sem
que houvesse acordo das lideranças partidárias.
A bancada do PT apresentou destaques
ao texto da medida para evitar os graves prejuízos que resultarão da mudança na
estrutura dos ministérios. Ao defender o destaque que retomava a estrutura anterior
do Ministério da Previdência, junto ao Ministério do Trabalho, Pimentel afirmou
que “a medida [proposta por Temer] não reduz um centavo nos custos do Estado. O
que ela faz é precarizar os serviços públicos de concessão dos benefícios
previdenciários, ao levar o INSS para o Ministério do Desenvolvimento Social,
e, ao mesmo tempo, levar para o Ministério da Fazenda toda a parte
arrecadatória”.
Previdência Social – Pelo texto aprovado, a estrutura da Previdência Social foi
totalmente separada. As instâncias de decisão ficaram submetidas ao Ministério
da Fazenda, enquanto as demais estarão sob responsabilidade do Ministério do
Desenvolvimento Social, como o Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS).
Segundo Pimentel, “a medida submete
integralmente a política de previdência social e complementar a um viés
fiscalista, preparando o terreno para uma reforma previdenciária que jogará por
terra importantes conquistas dos trabalhadores, garantidas na Constituição de
1988”.
CGU –
Durante o debate, Pimentel também defendeu a preservação da estrutura da
Controladoria Geral da União (CGU) como órgão superior de combate à corrupção.
“Ao transformar a CGU num ministério similar aos demais, o governo enfraquece a
sua posição institucional e reduz as condições para que o órgão promova um
combate efetivo à corrupção e ao mau uso do dinheiro público, atribuição que
vinha exercendo desde 2003”, destacou.
Pimentel lembrou que a CGU foi criada em 2003, primeiro ano do governo
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com estrutura, funcionários,
orçamento e condições reais para exercer seu papel. “A CGU passou a ter
competência não só para detectar os casos de corrupção, mas de antecipar-se a
eles, desenvolvendo meios de prevenir fraudes” informou.
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