120 mortos no sismo em Itália
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Amatrice e Accumoli são as localidades mais afetadas na região central de Itália
O
primeiro-ministro italiano, Mateo Renzi, anunciou esta tarde que há
pelo menos 120 vítimas mortais na sequência do sismo de magnitude 6,2 na
escala de Richter que sacudiu o centro de Itália na madrugada desta
quarta-feira. Há pelo menos 368 feridos. Mateo Renzi revelou que estes
números não são finais. E prometeu que "nenhuma família, nenhuma cidade,
nenhum povoado será deixada para trás" pela ajuda do governo.
Há várias dezenas de desaparecidos e muitas crianças perderam a vida.
O
terramoto, que ocorreu às 03:36 (02:36 em Lisboa), a sudeste de Norcia,
cidade da província de Perugia, na região da Umbria, teve o epicentro a
dez quilómetros de profundidade, de acordo com o Serviço Geológico dos
Estados Unidos (USGS), que monitoriza a atividade sísmica mundial. O
sismo foi seguido de diversas réplicas de 5,5 e 4,6 e 4,3, perto de
Amatrice e de Norcia, e a principal, de 6, sentiu-se em Roma, a
aproximadamente 150 quilómetros de distância. Há relatos de que o abalo
tenha sido sentido desde Rimini, no centro norte, até Nápoles, no sul de
Itália. Mais de uma centena de réplicas foram registadas até às
primeiras horas da manhã. O cenário é desolador na região: casas
completamente arrasadas, localidades inteiras soterradas nos escombros.
O
secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, disse à
agência Lusa que, até ao momento, não há registo de portugueses entre as
vítimas do terramoto em Itália.
Sergio
Pirozzi, o presidente da câmara de Amatrice, na província de Rieti, na
região de Lazio, afirmou que "metade da cidade desapareceu" na sequência
do tremor de terra. As cidades mais afetadas pelo abalo serão Accumoli,
Amatrice, Posta e Arquata del Tronto. Accumoli tem aproximadamente 700
habitantes, enquanto Amatrice cerca de 2000.
Segundo
um repórter da agência Reuters, o hospital de Amatrice foi severamente
danificado pelo sismo e os doentes tiveram de ser transportados para a
rua. É na via pública que estão também a ser assistidos os feridos do
terramoto. A RAI, televisão pública italiana, indica que duas jovens
afegãs, que serão requerentes de asilo, estão desaparecidas nos
escombros, tal como dezenas de outros residentes da povoação. O acesso
por automóvel à cidade faz-se através de uma ponte que está em situação
instável, obrigando os serviços de socorro a procurar trajetos
alternativos e atrasando as operações de resgate.
O terramoto ocorreu muito perto de Aquila,
onde um sismo de magnitude 6,3 causou, em 2009, mais de 300 mortos e
devastou a região de Abruzos. Amatrice fica a apenas 50 quilómetros.
Os feridos mais graves de Amatrice estão a ser transportados de helicóptero para os hospitais de Aquila e Roma.
O
governo italiano está a acompanhar e monitorizar a situação. O ministro
italiano das Infraestruturas, Graziano Delrio, foi o primeiro a
deslocar-se para a região e foram mobilizados meios de socorro de Roma. O
exército também participa nas operações de salvamento e resgate. A
polícia está em força nas ruas, não apenas para prestar apoio mas para
prevenir situações de roubo ou pilhagem nos edifícios afetados pelo
sismo.
Numa declaração ao final da
manhã, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, anunciou que estará
ainda na tarde desta quarta-feira na região afetada pelo terramoto,
agradecendo em nome de todos os italianos a quem "escavou com as mãos
despidas, a quem coordenou as primeiras fases da emergência que são
sempre as mais difíceis, a todos aqueles que tirando uma pessoa dos
escombros demonstraram quanto é grande o peso do voluntariado e da
proteção civil". Assinalando que "o trabalho continua", Renzi sublinhou
que a Itália deve preparar-se para as "próximas horas, os próximos dias e
semanas".
O comissário europeu para a
ajuda humanitária e gestão de crise, Christos Stylianides, escreveu no
Twitter que a União Europeia está pronta a ajudar a Itália, endereçando
condolências às famílias das vítimas.
O
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também já
escreveu ao primeiro-ministro italiano para expressar solidariedade e
reforçar que a UE está pronta a intervir.
O
presidente italiano, Sergio Mattarella, que estava de férias em
Palermo, já regressou a Roma e emitiu entretanto um comunicado,
lamentando as vítimas do sismo e agradecendo os esforços das
autoridades. O Vaticano enviou entretanto uma equipa de seis bombeiros
para auxiliar nas operações de resgate nas zonas mais afetadas.
Atividade sísmica em Itália: complexidade local em zona de convergência de placas
O
território italiano é afetado pela convergência entre a placa africana e
a placa euro-asiática. A zona de fronteira entre as duas placas tem
inúmeras falhas, formando um sistema que pode ser traçado desde os
Açores até aos Himalaias.
A colisão,
que começou há milhões de anos, originou a formação de cadeias
montanhosas como os Alpes, por exemplo, e esse movimento provoca também a
acumulação de tensão nas inúmeras falhas - quando a rocha não suporta
mais tensão há roturas e sismos.
Em
Itália existe uma complexidade local, com uma geometria bastante
complicada, que faz com que a atividade sísmica seja mais intensa.
Em sismos como o desta noite, a destruição é grande porque a rotura teve início a 10 quilómetros
de profundidade, ou seja, o foco foi muito superficial, o que significa que o abalo é maior. Por outro lado,
ocorrer durante a noite é sempre um fator agravante, porque aumenta a probabilidade de causar vítimas.
de profundidade, ou seja, o foco foi muito superficial, o que significa que o abalo é maior. Por outro lado,
ocorrer durante a noite é sempre um fator agravante, porque aumenta a probabilidade de causar vítimas.
Papa adia discurso e reza pelas vítimas
O
Papa Francisco adiou esta quarta-feira o discurso que tinha preparado
para a audiência geral semanal no Vaticano e rezou com a multidão que
assistia, na Praça de São Pedro, pelas vítimas do sismo. "Ouvi o
presidente da Câmara de Amatrice dizer que a cidade não existe e que há
crianças entre as vítimas. Estou profundamente triste", disse o Papa aos
milhares de fiéis em Roma, pedindo-lhes que rezassem com ele por todos
os afetados.
Marcelo enviou mensagem de condolências
O
Presidente da República enviou já uma mensagem de condolências ao
homólogo italiano, Sergio Mattarella, na sequência do sismo que, até
agora, fez 38 vítimas mortais. O texto desta mensagem de Marcelo Rebelo
de Sousa foi colocado online no site da Presidência:
"Senhor
Presidente, comé a maior tristeza que, em nome do Povo Português e em
meu próprio, apresento a Vossa Excelência e por esta via aos familiares
das vítimas, as mais sentidas e sinceras condolências pela crise sísmica
que provocou dezenas de mortes e feridos na região centro de Itália.
Quero transmitir a Vossa Excelência a solidariedade de todos os
Portugueses para com o povo italiano e, em particular, para os
habitantes das cidades mais afetadas por este sismo".
1 / 14m
A polícia italiana divulgou no Twitter imagens recolhidas de helicóptero das zonas mais afetadas.
O
terramoto ocorreu muito perto de Aquila, onde um sismo de magnitude 6,3
causou, em 2009, mais de 300 mortos e devastou a região de Abruzos.
Amatrice fica a apenas 50 quilómetros.
Os feridos mais graves de Amatrice estão a ser transportados de helicóptero para os hospitais de Aquila e Roma.
O
governo italiano está a acompanhar e monitorizar a situação. O ministro
italiano das Infraestruturas, Graziano Delrio, foi o primeiro a
deslocar-se para a região e foram mobilizados meios de socorro de Roma. O
exército também participa nas operações de salvamento e resgate. A
polícia está em força nas ruas, não apenas para prestar apoio mas para
prevenir situações de roubo ou pilhagem nos edifícios afetados pelo
sismo.
Numa declaração ao final da
manhã, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, anunciou que estará
ainda na tarde desta quarta-feira na região afetada pelo terramoto,
agradecendo em nome de todos os italianos a quem "escavou com as mãos
despidas, a quem coordenou as primeiras fases da emergência que são
sempre as mais difíceis, a todos aqueles que tirando uma pessoa dos
escombros demonstraram quanto é grande o peso do voluntariado e da
proteção civil". Assinalando que "o trabalho continua", Renzi sublinhou
que a Itália deve preparar-se para as "próximas horas, os próximos dias e
semanas".
O comissário europeu para a
ajuda humanitária e gestão de crise, Christos Stylianides, escreveu no
Twitter que a União Europeia está pronta a ajudar a Itália, endereçando
condolências às famílias das vítimas.
O
presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, também já
escreveu ao primeiro-ministro italiano para expressar solidariedade e
reforçar que a UE está pronta a intervir.
O
presidente italiano, Sergio Mattarella, que estava de férias em
Palermo, já regressou a Roma e emitiu entretanto um comunicado,
lamentando as vítimas do sismo e agradecendo os esforços das
autoridades. O Vaticano enviou entretanto uma equipa de seis bombeiros
para auxiliar nas operações de resgate nas zonas mais afetadas.
Atividade sísmica em Itália: complexidade local em zona de convergência de placas
O
território italiano é afetado pela convergência entre a placa africana e
a placa euro-asiática. A zona de fronteira entre as duas placas tem
inúmeras falhas, formando um sistema que pode ser traçado desde os
Açores até aos Himalaias.
A colisão,
que começou há milhões de anos, originou a formação de cadeias
montanhosas como os Alpes, por exemplo, e esse movimento provoca também a
acumulação de tensão nas inúmeras falhas - quando a rocha não suporta
mais tensão há roturas e sismos.
Em
Itália existe uma complexidade local, com uma geometria bastante
complicada, que faz com que a atividade sísmica seja mais intensa.
Em sismos como o desta noite, a destruição é grande porque a rotura teve início a 10 quilómetros
de profundidade, ou seja, o foco foi muito superficial, o que significa que o abalo é maior. Por outro lado,
ocorrer durante a noite é sempre um fator agravante, porque aumenta a probabilidade de causar vítimas.
de profundidade, ou seja, o foco foi muito superficial, o que significa que o abalo é maior. Por outro lado,
ocorrer durante a noite é sempre um fator agravante, porque aumenta a probabilidade de causar vítimas.
Papa adia discurso e reza pelas vítimas
O
Papa Francisco adiou esta quarta-feira o discurso que tinha preparado
para a audiência geral semanal no Vaticano e rezou com a multidão que
assistia, na Praça de São Pedro, pelas vítimas do sismo. "Ouvi o
presidente da Câmara de Amatrice dizer que a cidade não existe e que há
crianças entre as vítimas. Estou profundamente triste", disse o Papa aos
milhares de fiéis em Roma, pedindo-lhes que rezassem com ele por todos
os afetados.
Marcelo enviou mensagem de condolências
O
Presidente da República enviou já uma mensagem de condolências ao
homólogo italiano, Sergio Mattarella, na sequência do sismo que, até
agora, fez 38 vítimas mortais. O texto desta mensagem de Marcelo Rebelo
de Sousa foi colocado online no site da Presidência:
"Senhor
Presidente, comé a maior tristeza que, em nome do Povo Português e em
meu próprio, apresento a Vossa Excelência e por esta via aos familiares
das vítimas, as mais sentidas e sinceras condolências pela crise sísmica
que provocou dezenas de mortes e feridos na região centro de Itália.
Quero transmitir a Vossa Excelência a solidariedade de todos os
Portugueses para com o povo italiano e, em particular, para os
habitantes das cidades mais afetadas por este sismo".
Accumoli, a situação é igualmente grave: "É um desastre. Não temos luz
nem telefones", afirmou Stefano Petrucci, o autarca da localidade, onde
também haverá turistas bloqueados sob as ruínas de um hotel. "Agora que
há luz do dia, vemos que a situação é ainda mais terrível do que
temíamos, com edifícios que colapsaram, pessoas debaixo dos escombros e
nem sinal de vida". A circulação está dificultada devido aos desníveis
causados pelo sismo em pelo menos dois viadutos que dão acesso a
Accumoli. Nesta povoação, uma família de quatro pessoas, com duas
crianças, morreu soterrada debaixo dos escombros da casa que ficou em
ruínas, relata o jornal italiano La Reppublica.
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