MPF/CE move ação de improbidade contra geólogo por fraudes em licenciamento ambiental
João Wagner Alencar de Castro também faz parte de um grupo de réus que foi alvo, em 2008, da Operação Marambaia
O
Ministério Público Federal no Ceará (MPF/CE) ajuizou ação de
improbidade administrativa contra o geólogo e professor da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) João Wagner Alencar de Castro por
fraudes em licenciamento ambiental em áreas de preservação permanente na
Praia do Futuro, em Fortaleza (CE). A ação, de autoria do procurador
regional da República Francisco Macedo Filho, é resultado da Operação
Marambaia, deflagrada em 2008.
De acordo com a
ação, João Wagner Alencar de Castro foi contratado, pelo valor de R$ 21
mil, para realização de laudo pericial para a instalação, na Praia do
Futuro, dos empreendimentos imobiliários Villagio Positano e Villagio
Portofino, de responsabilidade do empresário Sérgio Silveira Melo.
O
estudo de Castro concluiu pela viabilidade do empreendimento, afirmando
que no terreno das obras não existiam áreas de duna, o que contrariava
os pareceres técnicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Em
relatório realizado pela Polícia Federal, porém, foi constatado que o
professor elaborou o laudo com informações falsas acerca do local de
construção das edificações e que ele também fraudou ideologicamente o
documento, utilizando para isso o nome da universidade.
A
UFRJ afirma que o professor não só não teria autorização para
desenvolver esse estudo, como também de receber qualquer espécie de
remuneração pro ele. Desse modo, o relatório realizado pela Polícia
Federal concluiu ainda que o acusado se utilizou indevidamente do nome
da universidade em atividade particular e que se apropriou de dinheiro
da instituição.
João Wagner Alencar de Castro
faz parte de um grupo de réus acusados de envolvimento em concessões de
licenciamentos ambientais fraudulentos e que foi alvo, em 2008, da
"Operação Marambaia", quando todos os gestores de órgãos ambientais
públicos do Ceará foram presos. Em dezembro de 2014, os acusados foram
condenados a penas que variaram de cinco a 32 anos e meio, prestação de
serviços comunitários e pagamento de multas.
Na
ação de improbidade agora ajuizada, o MPF requer a condenação do réu de
acordo com as sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa
(Lei 8.429/92).
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