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NE lidera desemprego no País pelo 2o trimestre seguido

No segundo trimestre de 2016 o nível de desemprego avançou novamente e com mais força. Desta vez, 20 das 27 unidades federativas brasileiras registraram a maior taxa desde 2012, perfil também registrado nos índices regionais entre abril e junho últimos. No período, dados da Pnad Contínua, pesquisa de desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados ontem, mostraram que 18 estados e o Distrito Federal estão acima dos 10%, na comparação com o primeiro trimestre de 2016, entre eles, o Ceará, ao passar de 10,8% para 11,5% – a maior da série histórica.
Regionalmente, o pior resultado foi registrado pelo Nordeste, ao sair de 12,8% para 13,2% sobre o primeiro trimestre de 2016. Ainda nessa base, quanto às altas por regiões, vem, em seguida, Sudeste (de 11,4% para 11,7%), Norte (de 10,5% para 11,2%), e Sul (de 7,3% para 8%). O Centro-Oeste foi a única região que permaneceu estável, com 9,7%. No segundo trimestre de 2015, as taxas haviam sido de 10,3% no Nordeste, 8,3% no Sudeste, 8,5% no Norte, 7,4% no Centro-Oeste e 5,5% no Sul. No recorte por estados, Pará (15,8%), Bahia (15,4%) e Pernambuco (14%) tiveram as maiores taxas do Brasil, enquanto Rondônia (7,8%) e Mato Grosso do Sul (7%) registraram as menores taxas.
A taxa de desemprego geral do País para o segundo trimestre, de 11,3%, já havia sido divulgada. No primeiro trimestre deste ano, 17 estados e o Distrito Federal já tinham taxa de desemprego superior a 10% – sendo que, em igual intervalo do ano passado, somente quatro tinham ultrapassado esse patamar. Na passagem para o segundo trimestre, o Acre se juntou à lista.
Ceará
O Ceará apresentou taxa de desemprego de 11,5% no segundo trimestre, a maior registrada no Estado, desde 2012. O resultado indica aumento de 0,7% do desemprego – no trimestre imediatamente anterior, a taxa foi de 10,8% –, sendo o sétimo colocado, entre os estados nordestinos que apresentaram alta significativa, frente ao trimestre anterior. Há um ano – no segundo trimestre de 2015 –, a taxa era de 8,8%. Desde o primeiro trimestre de 2012 (7,2%) a taxa cearense supera a média geral para o País. O levantamento aponta que o contingente de desocupados atingiu 443 mil pessoas (45 mil a mais que os 403 mil registrados entre janeiro e março deste ano e de 117 mil em relação a igual período de 2015).
Por sua vez, a Região Metropolitana de Fortaleza também acompanha altas sucessivas, desde o quatro trimestre de 2014, quando chegou a 6,5%. De lá para cá, a sequência de altas atingiu seu maior nível no primeiro semestre de 2016, alcançando 11,8%, a oitava taxa menor entre as 21 metrópoles analisadas. Considerando só a capital cearense, esta subiu de 10,9% para 11,4% na passagem trimestral, ficando em 13º lugar entre as maiores variações trimestrais, também a maior desde 2012. Segundo o IBGE, o desemprego subiu em todas as regiões metropolitanas, entre o primeiro e segundo trimestres de 2016, com exceção, apenas, da Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina, que caiu de 10,4% para 9,3%.
Com relação aos níveis de ocupação, o Ceará avançou de 47,2% para 48,7% – embora menor que a média nacional (54,6%), de abril a junho deste ano –, sendo, contudo, o quarto pior nível, atrás de Bahia (51,5%), Piauí (50,7%) e Sergipe (50,2%). O Estado vinha caindo desde o terceiro (49,1%) e o quarto trimestre de 2015 (48,8%), chegando a, inclusive, 47,2% (janeiro a março) – o pior nível histórico. Com a retomada, fechou o semestre com 3,467 milhões de pessoas ocupadas, alta de 3,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2016. Nesse intervalo, 167 mil a mais voltaram ao mercado de trabalho.
Mercado tem uma série de situações
No segundo trimestre deste ano, 38,4% das pessoas em idade de trabalhar estavam fora da força de trabalho (não trabalhavam, nem procuravam trabalho) no País. A região Nordeste foi, novamente, a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho, 44%. As regiões Sul (35,7%) e Centro-Oeste (34,5%) tiveram os menores percentuais. A população fora da força de trabalho era composta em sua maioria por mulheres, que, no 2º trimestre de 2016, representavam 65,9% desse contingente. Todas as regiões apresentaram comportamento similar.
A pesquisa também apontou diferenças regionais com relação à forma de inserção do trabalhador no mercado de trabalho. Nas regiões Norte (33,1%) e Nordeste (31,3%), o percentual de pessoas que trabalharam por conta própria era superior ao observado nas demais regiões. O mesmo foi constatado para os trabalhadores familiares auxiliares, que apresentaram maior participação nas regiões Norte (6,2%) e Nordeste (3,3%). O percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado mostrou cenários distintos regionalmente, com as regiões Norte (61,5%) e Nordeste (62,2%) apresentando-se em patamares inferiores aos das demais regiões.
Segundo o IBGE, cerca de 36% da população fora da força de trabalho era composta por idosos (pessoas com 60 anos ou mais de idade). Jovens com menos de 25 anos de idade somavam 28,2% e os adultos, com idade de 25 a 59 anos, representavam 35,8%. Em relação ao nível de instrução, mais da metade da população fora da força não tinha concluído o ensino fundamental (53,6%) e pouco mais de um quarto tinha concluído pelo menos o ensino médio (26%).

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