Diretor de campanha de Trump demite-se
Paul Manafort associado a processo de alegada corrupção (pagamentos ilícitos) na Ucrânia.
Paul
Manafort demitiu-se hoje do cargo de diretor de campanha do candidato
republicano à Casa Branca, Donald Trump, na sequência de um escândalo
relacionado com o recebimento de pagamentos ilícitos da Ucrânia.
O anúncio foi feito num comunicado, no qual Donald Trump agradece o "ótimo trabalho" e o "profissionalismo" de Manafort.
O
pedido de demissão aconteceu poucas horas depois de as autoridades
ucranianas terem divulgado pormenores de pagamentos de milhões de
dólares alegadamente recebidos pelo diretor da campanha presidencial de
Donald Trump das mãos de ex-dirigentes ucranianos pró-russos.
O
Gabinete Nacional Anti Corrupção ucraniano (NABU) divulgou documentos
de contabilidade em que figura o nome de Paul Manafort como destinatário
de pagamentos num montante total de 12,7 milhões de dólares (11,35
milhões de euros) entre 2007 e 2012.
Nesse
período, Manafort trabalhou como conselheiro de relações públicas do
Presidente ucraniano pró-russo Viktor Ianukovich, afastado do poder na
sequência de um levantamento popular em 2014, e do seu Partido das
Regiões.
Paul Manafort, 67 anos, foi
contratado em março para a equipa de campanha de Trump. Na quarta-feira,
o candidato republicano anunciou uma remodelação da equipa que, embora
mantenha Manafort no cargo, lhe retira influência com as nomeações de
Stephen Bannon como diretor executivo da campanha e de Kellyanne Conway
como responsável pela gestão da campanha.
Estas
mudanças aconteceram poucos dias depois de Paul Manafort ter sido
acusado de estar envolvido num processo de alegada corrupção (pagamentos
ilícitos) na Ucrânia. A imprensa norte-americana noticiou que terá
recebido durante seis anos quase 13 milhões de dólares (11,5 milhões de
euros) de um partido pró-russo na Ucrânia.
Os
'media' americanos também avançaram que, entre as transações ilícitas
em investigação, existe um acordo avaliado em 18 milhões de dólares
(cerca de 15,9 milhões de euros) para a venda dos ativos de um canal por
cabo a um consórcio montado por Manafort e o oligarca russo Oleg
Deripaska, aliado do Presidente russo Vladimir Putin.
Segundo
divulgou a agência France Presse, Paul Manafort também tem sido um
"estratega" e um lobista a favor de financiamentos norte-americanos de
grupos políticos e de ditadores em todo o mundo durante as últimas
décadas.
Alguns desses financiamentos
foram destinados ao antigo regime de Ferdinando Marcos, nas Filipinas,
ao antigo governo ditatorial da Somália, ao executivo das Bahamas,
ligado ao tráfico de droga, ao ex-ditador do Zaire Mobutu Sese Seko, e
também à UNITA, movimento angolano de Jonas Savimbi, durante a guerra
civil em Angola (1975-2002).
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