Pimentel:
O futuro registrará quem escolheu a democracia e o lixo da história
O senador reafirmou
que o impeachment é um golpe
O senador José Pimentel manifestou, nesta terça-feira (9/8), seu
voto contrário ao julgamento da presidenta da República afastada, Dilma
Rousseff, por crime de responsabilidade. Pimentel afirmou que
“o futuro registrará os que escolheram entre a democracia e o lixo da
história”. E completou: “Eu escolho estar do lado correto. Por isso, meu voto é
não ao impedimento”.
O pronunciamento ocorreu
durante sessão de votação do parecer da Comissão
Especial do Impeachment, que recomendou o julgamento da presidente afastada.
Pimentel alertou os
demais senadores sobre o impacto histórico da decisão de derrubar uma
presidenta eleita democraticamente por mais de 54 milhões de brasileiros e
brasileiras. “Aqueles que o fizerem, não tenho dúvidas, estarão destinando suas
biografias ao lixo da história”, disse.
O senador também
apontou o real objetivo da articulação para garantir o impeachment da
presidenta Dilma. ”Querem realizar o maior retrocesso nos direitos e garantias
sociais, um verdadeiro ataque ao legado de Getúlio Vargas, Ulisses Guimarães e
Lula”. E Pimentel questionou seus pares. “Pergunto se é desse lado da história
que a maioria quer ficar. Afinal, estamos aqui de passagem, mas a história é
permanente”, afirmou.
Segundo Pimentel, os
principais prejuízos serão causados aos aposentados, ao Sistema Único de Saúde,
às universidades e à educação básica. Para ele, o impedimento da presidenta
Dilma também visa a promoção de privatizações em todas as áreas, entrega da
exploração do petróleo às multinacionais e muitas outras ações já anunciadas
pelo governo do presidente interino Michel Temer.
Mas o senador
destacou que, “para isso, terão de amordaçar os brasileiros, cercear a livre
manifestação, usar da força policial para impor seus objetivos, como ocorreu
nos últimos dias com manifestantes nas Olimpíadas”.
Golpe – Em seu pronunciamento, o senador voltou a afirmar que o
afastamento da presidenta Dilma Rousseff é um golpe parlamentar. “A nossa
Constituição está sendo rasgada por uma maioria articulada pelo vice-presidente
Michel Temer”, disse.
Segundo Pimentel, o trabalho da Comissão Especial do Impeachment
deixou claro que “não existe sequer um ato criminoso da senhora presidenta da
República”, além de “desmontar, uma a uma, as insustentáveis teses levantadas
pela acusação”.
O senador afirmou que, pelo contrário, os trabalhos da comissão
provaram que a presidenta não cometeu crime de responsabilidade nem nos atrasos
em repasses de subvenções do Plano Safra ou mesmo na edição de decretos de
crédito suplementar. “Não há qualquer crime a ser julgado. E afastar uma
presidenta honesta, eleita democraticamente, é um golpe inadmissível numa
democracia, concluiu.
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