Estudo da Fitotecnia revela alternativas ao agrotóxico no controle de pragas do coqueiro
Uma
pesquisa sobre controle biológico em coqueiros, integrada pelo Prof.
José Wagner da Silva Melo, do Departamento de Fitotecnia da Universidade
Federal do Ceará, em parceria com a Universidade de Amsterdã, na
Holanda, constatou evidências na eficácia de duas espécies de ácaros, o Amblyseius largoensis e Euseius alatus, no combate a uma das principais pragas dessas plantas, o ácaro-da-necrose-do-coqueiro.
A
investigação aponta alternativas que diminuem o uso de agrotóxicos no
controle de pragas no coqueiro, trazendo uma opção de cultivo mais
viável aos pequenos e médios produtores.
O material foi publicado pela revista científica Experimental and Applied Acarology e, ainda, pela universidade holandesa, em julho deste ano, com o título "Evidence of Amblyseius largoensis and Euseius alatus as biological control agent of Aceria guerreronis" (Evidência de Amblyseius largoensis e Euseius alatus como agentes de controle biológico de Aceria guerreronis),
como parte da tese de doutorado "Small is superior – Plant-provided
prey refuges, predator-prey dynamics and biologial control" (O menor é
superior – Refugio de presas providos por plantas, dinâmica
presa-predador e controle biológico: http://dare.uva.nl/record/1/ 536208).
"A
pesquisa mostra o controle biológico do ácaro-da-necrose-do-coqueiro
através do uso de ácaros predadores. Nesses sistemas, pulverizações têm
sido feitas de forma preventiva, o que eleva demasiadamente os custos.
Mostramos, no trabalho, que alguns ácaros predadores, um pouco menores
de 0,5 milímetros, conseguem acessar a região do fruto onde estão as
pragas, caracterizando-as como espécies potenciais para o controle
biológico do ácaro-da-necrose-do-coqueiro. Ainda os ácaros predadores
maiores, que dificilmente conseguem acessar a essa região, também
alimentam-se em campo da praga, provavelmente durante a dispersão dela
para novos frutos. Tais espécies são igualmente importantes para o
controle biológico da praga", comenta o Prof. José Wagner.
De
acordo com o professor, as informações produzidas pelo estudo poderão
subsidiar aperfeiçoamentos dos atuais programas de manejo das pragas no
coqueiro no País. "É um resultado importante para a cultura do coqueiro e
consequente para o Brasil, que registra perdas elevadas provocadas pelo
ácaro-da-necrose-do-coqueiro, como redução do número, peso, volume de
água e valor comercial dos frutos", afirma.
Conduzida
com os pesquisadores Heike Staudacher e Fernando Silva, da Universidade
de Amsterdã; Debora Lima e Manoel Gondim, da Universidade Federal Rural
de Pernambuco; e Maurice Sabelis, também da Universidade de Amsterdã,
um dos maiores especialista do mundo em Acarologia, o estudo ainda
apontou luzes a um problema vivido pelos holandeses: ácaros que atacam
as plantações de tulipas.
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