Análilse do Fernando Rodrigues

Com menos apoio, PT reduz chapas e sai atrás em grandes centros do Nordeste

Fernando Rodrigues
Nº de candidaturas mostra partido perdendo força nas 16 principais cidades
Em Salvador, sigla teve apoio de 14 partidos há 4 anos; em 2016, não tem nome
Em Fortaleza, São Luís e Vitória da Conquista, aliados também minguaram
Petistas só lideram corrida eleitoral no Recife, empatados com nome do PSB
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João Paulo (e) e Elmano de Freitas (d) são candidatos novamente; Luzianne (c) tenta retomar Fortaleza
Após perder suas principais alianças no cenário nacional, o PT terá menos candidatos a prefeito e mais chapas únicas nas eleições deste ano nas principais cidades do Nordeste.
O Nordeste é o reduto eleitoral mais forte da sigla desde quando Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Planalto, em 2002.
Os registros de candidaturas no Tribunal Superior Eleitoral mostram o processo de desidratação do partido em grandes centros nordestinos. Nos 16 maiores municípios do Nordeste, o Partido dos Trabalhadores disputará apenas 9 prefeituras.
As informações são do repórter do UOL Guilherme Moraes.
Em 2012, foram 10 candidatos. A diferença é pequena em números absolutos. Mas uma análise da amplitude das alianças e dos locais nos quais o PT abdicou lançar nomes próprios indica que o partido perdeu espaço onde antes considerava estratégico estar presente.
Neste ano, o PT não tem candidatos em Salvador (BA), a maior cidade do Nordeste, e São Luís (MA), a 4ª maior. Há 4 anos, a sigla havia lançado nomes nessas capitais com apoio respectivamente de 14 e 13 legendas.
Ao contrário de 2012, o partido também não disputará as prefeituras de Teresina (PI) e Campina Grande (PB). Já em Vitória da Conquista (BA), o PT conseguiu viabilizar a candidatura de Zé Raimundo com o apoio de apenas 4 dos 10 aliados há 4 anos.
Eis uma comparação entre os cenários políticos para o PT no Nordeste em 2012 e 2016 (clique na imagem para ampliar):
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Para superar a falta de músculos, a legenda concentrou-se em chapas puro-sangue. Em 2016, são 4 candidaturas 100% petistas: em Fortaleza, Maceió, João Pessoa e Jaboatão dos Guararapes. Há 4 anos, eram 3 (Natal, Teresina e Campina Grande).
O principal foco é a capital cearense, governada por Luizianne Lins de 2005 a 2012. A petista é novamente candidata a prefeita em 2016, ao lado de Elmano de Freitas, derrotado em 2012 com 46,98% dos votos no 2º turno. O vencedor foi Roberto Cláudio (na época no PSB e atualmente no PDT).
ATRÁS NAS PESQUISAS
Com menos aliados políticos, o Partido dos Trabalhadores terá dificuldades para repetir o resultado das eleições municipais de 2012, quando conseguiu emplacar 2 prefeitos entre as 16 maiores cidades nordestinas –Luciano Cartaxo (hoje no PSD) em João Pessoa, e Guilherme Andrade, em Vitória da Conquista.
Segundo as pesquisas eleitorais mais recentes, o partido lidera apenas no Recife. Na capital pernambucana, João Paulo –candidato a vice há 4 anos na chapa encabeçada pelo hoje senador Humberto Costa– está empatado com o atual prefeito Geraldo Júlio (PSB), com 27% das intenções de voto contra 26% do concorrente.
Eis um quadro com as intenções de voto nas cidades em que há pesquisas recentes (clique na imagem para ampliar):
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