Accionistas da Oi vigiavam chamadas dos clientes para obter dados secretos
Octávio Azevedo, presidente da Andrade
Gutierrez, uma das accionistas da Oi com quem os accionista da Portugal
Telecom negociaram a fusão, nomeadamente o BES, obtinha dados secretos
espionando os clientes da sua operadora, avança o Valor Económico.
Andrade Gutierrez contestou dizendo não realizar “qualquer monitoramento de telefones” e que o caso “não faz parte da rotina da companhia”. A Oi disse ter “rigorosos processos internos para controle do sigilo telefónico dos clientes” e que “não tolera qualquer conduta individual fora das regras”.
A Andrade Gutierrez era a accionista da Oi com quem Ricardo Salgado do BES se relacionou na altura da fusão PT/Oi que depois acabou com o default da Rioforte, de quem a PT tinha 900 milhões de euros em dívida.
Na altura a Oi descartou-se do conhecimento do investimento nessa dívida da empresa do grupo GES, o que deu origem à Pharol que ficou com a dívida e com a posição de 27,2% da Oi.
Em 2014 o Expresso revelou uma notícia onde são publicados os mail trocados entre os dois accionistas, um da Oi, outro da PT, Andrade Gutierrez e BES, respectivamente, em que basicamente o ex-presidente do banco revela que existia um acordo entre o GES e os grandes accionistas da Oi - a Andrade Gutierrez e a Jereissati Telecom - no âmbito da qual a fusão permitiria a ajudar a "limpar" a dívida das holdings destes dois accionistas. "Como contrapartida, afirma o ex-líder do BES, a operadora brasileira renovaria as aplicações na Rioforte.
Otávio Azevedo e Fernando Portella, administradores da Oi na Portugal Telecom, que se demitiram após ser conhecido o investimento de quase 900 milhões de euros da operadora portuguesa em papel comercial do GES, acusaram depois Ricardo Salgado de falsear informação ao afirmar que a Oi tinha conhecimento deste investimento.
A Oi estrangulada pela dívida acabou por pedir recentemente o equivalente a um PER - processo de recuperação judicial.
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