MPF aponta que delegados receberam R$ 800 mil para evitar investigação
Jornal GGN - Um novo conflito entre delegados da
Polícia Federal e procuradores da República foi exposto em despacho,
desta quinta-feira (14), pelo Ministério Público Federal. O órgão
informou que três delegados presos na Operação Inversão "transformaram a
Delegacia de Combate a Crimes Previdenciários (Deleprev) em um balcão
de negócios e de impunidade".
De acordo com a Procuradoria da República, os policiais cobravam
até R$ 800 mil, entre 2010 e 2015, para barrar uma Operação da PF contra
fraudadores da Previdência. Um alvo da Deleprev teria feito pagamentos
irregulares para evitar as investigações.
Foram presos pela Operação deflagrada pela PGR os delegados Ulisses
Francisco Vieira Mendes, ex-chefe da Deleprev agora aposentado, Rodrigo
Cláudio de Gouvea Leão e Carlos Bastos Valbão. "Pesam contra eles
várias provas de sua participação, inclusive obtidas com interceptação
ambiental e ações realizadas em seus gabinetes com autorização
judicial", disse o MPF.
Segundo os procuradores, "os investigados transformaram a Deleprev,
que deveria atuar na apuração de delitos previdenciários – que tanto
sangram os cofres da União – num balcão de negócios e de impunidade".
Além do MPF, fez parte dessa investigação da "Inversão" o setor de
contra-inteligência da Polícia Federal. Esses delegados também cumpriram
10 mandados de prisão preventiva, com relação a seis intermediários do
esquema e quatro investigados que supostamente pagaram propina aos
policiais.
Segundo a apuração, Marivaldo Bispo dos Reis, o Miro, teria pago
entre R$ 500 mil a 800 mil aos delegados que investigavam fraudes em
dezenas de agências do INSS em São Paulo. Miro é dono de uma consultoria
previdenciária. Além dele, outras quatro pessoas ligadas foram alvo de
condução coercitiva.
Nenhum comentário:
Postar um comentário