Opositores a Camilo Santana não querem o povo pisando em asfalto

A liberação, pelo Governo do Estado, de R$ 86 milhões para a pavimentação asfáltica em municípios cearenses repercutiu entre os deputados, na manhã de ontem, durante sessão plenária na Assembleia Legislativa. Aliados do Executivo alertaram para necessidade do recurso, enquanto opositores criticaram e classificaram a aplicação do dinheiro como “inversão de prioridade”.
O deputado Danniel Oliveira (PMDB) afirmou ser estranho o Governo do Estado liberar esse valor para pavimentação e não liberar os R$ 46 milhões previstos por meio de emendas parlamentares para a saúde.
Aliado do Governo, o deputado Doutor Santana (PT) explicou que a manta asfáltica está entre as principais demandas da população, independente da cor partidária da gestão. Disse, ainda, que o Governo vem fazendo sua parte na área da saúde, liberando emendas e ambulâncias solicitadas pelos parlamentares.
Odilon Aguiar (PMB) e Leonardo Pinheiro (PP) também saíram em defesa do Governo, justificando que o asfalto, além de representar uma demanda popular, contribui para melhorar a acessibilidade aos municípios, trazendo mais segurança para o tráfego entre as localidades. Além disso, Pinheiro lembrou que o Governo do Estado gastou, no ano passado, 16% do seu orçamento com saúde, quando a obrigação é de 12%.
O deputado Carlos Felipe (PCdoB) concordou que a saúde deve ser sempre uma prioridade do Governo, mas disse que a pavimentação dos municípios também é necessária. “O valor de R$ 86 milhões para um estado desse tamanho ainda é insuficiente”, frisou ele.
Críticas
Heitor Férrer (PSB), por sua vez, criticou o que considera ser uma inversão de prioridade nos investimentos do Governo do Estado. Segundo o parlamentar, o governador Camilo Santana justifica o não funcionamento do Hospital Regional do Sertão Central, no município de Quixeramobim, pela falta de recursos para operar a unidade, enquanto são liberados R$ 86 milhões para a pavimentação asfáltica em municípios cearenses. Inaugurado em 2014, segundo ele, a unidade segue sem atender pacientes, mesmo com a promessa do Governo Federal de liberar R$ 36 milhões para investimentos em hospitais de média e alta complexidade no Ceará.
“Além de representar uma inversão de prioridades, trata-se de um investimento tosco, enviesado e antiecológico, porque o asfalto não é uma boa política ecológica, não representa sinal de desenvolvimento”, salientou o socialista.
Defesa
Para o líder do Governo na Casa, deputado Evandro Leitão (PDT), a dificuldade em conseguir recursos para o Hospital de Quixeramobim não pode ser considerada inversão de prioridades. “O que existe são investimentos carimbados, ou seja, empréstimos oriundos de instituições financeiras internacionais que são destinados para segmentos específicos, como infraestrutura, saúde, assistência social, educação, dentre outros. Foram estes os recursos destinados à pavimentação asfáltica, não tem nenhuma relação com os investimentos do Hospital de Quixeramobim”, disse.

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