Festival de horror começa amanhã nos EUA

Convenção que confirmará Trump tem potencial de caos


Espera-se show e conflito na convenção nacional do Partido Republicano, a partir desta segunda-feira (18), bem no estilo de seu protagonista, o bilionário Donald Trump.
Depois de um ano em campanha e de deixar para trás 16 concorrentes, Trump deve ser confirmado como o candidato republicano à Casa Branca, mas sem nenhum sinal de consenso.
Trump começou como candidato improvável, derrubou um a um seus adversários e enfrentou meses de intensa oposição dentro de seu partido, que não conseguiu evitar a vitória do magnata nas prévias republicanas.
Mesmo derrotados, alguns membros do movimento "Nunca Trump" prometem não deixar passar quieto o momento que tanto tentaram evitar. Esqueçam o ritual pacífico e coreografado das últimas convenções, avisam os ativistas.
"Se acharam que teriam um show bacana de união, eles garantiram totalmente que não terão", disse ao "Washington Post" Kendal Unruh, delegado republicano do Colorado que lidera um dos grupos anti-Trump que ameaça causar tumulto durante a convenção.
A revolta aumentou depois que o Partido Republicano rejeitou uma última tentativa de mudar as regras do jogo, para permitir que os delegados possam votar em outro candidato, sem ligação com os resultados das prévias.
"#NuncaTrump nunca mais", ironizou o bilionário em uma rede social. "Eles foram esmagados."
Mais de 50 mil pessoas são esperadas em Cleveland, Ohio (meio-oeste), nesta semana para a convenção republicana mais esperada dos últimos anos, incluindo 15 mil jornalistas de todo o mundo.
A cidade de 400 mil habitantes terá um esquema de segurança sem precedentes.
A maior preocupação são os possíveis confrontos violentos entre grupos contra e a favor do bilionário, mas o atentado terrorista em Nice na última quinta (14) gerou mais temores.
Cercas de ferro foram instaladas em volta do ginásio onde ocorrerá a convenção, como prevenção a um ataque com um veículo, como o da França, onde um terrorista atropelou e matou ao menos 84 com um caminhão.
Dada a polarização gerada por Trump, muita gente previu que os republicanos teriam, pela primeira vez desde 1948, uma "convenção disputada", quando nenhum dos concorrentes tem o número suficiente de delegados para garantir a candidatura.
Mas o magnata seguiu vencendo nas prévias estaduais e chegará à convenção tendo conquistado 1.543 delegados, 306 a mais do que o mínimo necessário para a candidatura.

Russell Contreras - 24.mai.2016/Associated Press
A protestor of Republican presidential candidate Donald Trump holds a burning T-shirt as hundreds of people protest outside a rally for Trump in Albuquerque, Tuesday, May 24, 2016. (AP Photo/Russell Contreras) ORG XMIT: NY125
Protesto durante ato de campanha de Donald Trump em Albuquerque, no mês de maio
SEMICELEBRIDADES
Apesar do barulho prometido pelos remanescentes do "Nunca Trump", a expectativa é que esse resultado seja confirmado.
Durante quatro dias, os delegados assistirão a discursos, depoimentos e, como de hábito, chuvas de balões nas cores dos Estados Unidos. Mas os planos estão sendo mantidos em segredo.
Trump prometeu uma convenção "interessante". A julgar pela lista dos que farão discursos, não conseguiu grande elenco.
Ele inclui de semicelebridades, como a atriz Kimberlin Brown, da telenovela "Young and restless", a nomes obscuros, como o "palestrante inspiracional" Brock Mealer.
Os dois presidentes republicanos vivos, Bush pai (1989-1993) e Bush filho (2001-2009), decidiram ficar de fora, assim como os dois últimos candidatos à Presidência do partido, John McCain e Mitt Romney.
Entre os políticos, os principais nomes serão o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, e o senador Ted Cruz (Texas).
Até aqui, Trump conduziu sua campanha como um negócio de família, colocando os filhos na linha de frente e tomando decisões importantes em consulta com eles, como a escolha do vice-presidente, o governador de Indiana, Mike Pence.
Isso estará refletido no palanque da convenção: com exceção de Barron, 10, todos os filhos irão discursar, além da atual mulher do bilionário, a ex-modelo eslovena Melania Trump. (marcelo ninio)

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