VOLTA E MEIA
VAMOS DAR
Coluna
Carlos Brickmann
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(Edição dos jornais de Quarta-feira, 6 de
julho de 2016)
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Nossa agroindústria é eficiente e lucrativa, mas só quando a ordenha não é excessiva, quando
há clima para negócios. Mas os problemas continuam existindo, e como eliminá-los? Há pouco, uma conhecida dupla cantou
nossas dificuldades, ora agravadas por mensalões e petrolões: "Ou o Brasil acaba com a saúva/ ou a saúva acaba com o
Brasil. / Tem saúva na lavoura, tem saúva no quintal/Mas onde tem mais saúva é no Distrito Federal. / Essa é a pior
saúva, seu Cabral/ que não trabalha e mete a mão no capital".
Nada há de novo na
ladroeira e no clima antiempresarial do país. O parágrafo acima foi
inspirado num livro de mais de 20 anos, Soja no Brasil e no mundo,
de nosso leitor Aldayr Heberle, especialista (e pioneiro) no negócio de
grãos. A dupla de cantores é ainda mais antiga, embora
seus versos de 1954 sejam totalmente atuais: Alvarenga e Ranchinho. E
onde continuam, ainda hoje, se alojando e se locupletando as grandes
saúvas nacionais? Mudou o Distrito Federal, e as saúvas se mudaram
junto.
O fato é que dois
presidentes foram afastados por motivos semelhantes desde a volta à
democracia, e nada mudou muito. O que tinha mudado, a moeda estável,
se tornou irreal com Dilma. Esperava-se de Temer e sua conceituada
equipe econômica medidas duras e corajosas. Foram corajosas (tiveram a
coragem de gastar ainda mais) e duras, como veremos quando a conta
chegar.
O pixuleco dá voltas mas só fica
com os de sempre.
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