Afastado da Presidência da Câmara, Cunha custa R$ 541 mil aos cofres públicos
Peemedebista tem direito a um séquito de empregados, que inclui cozinheiros, arrumadeiras, motoristas e seguranças
Brasília
- Longe do comando da Câmara dos Deputados há 24 dias, o presidente
afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) custa aos cofres públicos R$ 541 mil
por mês. Além da residência de 800 metros quadrados no Lago Sul, bairro
nobre de Brasília, o peemedebista tem direito a um séquito de
empregados, que inclui cozinheiros, arrumadeiras, motoristas e seguranças.
Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a
suspeita de ter embolsado US$ 5 milhões (cerca de R$ 20 milhões) em
propinas do esquema da Petrobras. Numa segunda denúncia já protocolada
pela Procuradoria-Geral da República junto ao Supremo, o peemedebista é
acusado de ter recursos irregulares em contas secretas na Suíça. O
deputado responde a três inquéritos que ainda não viraram denúncia. Há
também mais três pedidos de abertura de investigação pendentes de
deliberação no Supremo.
As mordomias mantidas pelo deputado afastado foram
aprovadas pela Mesa Diretora da Câmara. Os “custos” de Cunha aos cofres
da União foram levantados pelo Psol, que tenta acabar com as regalias
do peemedebista. Mas em uma ação do Movimento Brasil Melhor, o Supremo
julgou inviável cassar os benefícios.
ISONOMIA
A
resolução da Câmara que manteve os privilégios de Eduardo Cunha
baseou-se no ato do Senado que listou os “direitos” que Dilma Rousseff
preservará enquanto durar o seu afastamento. Assim como Cunha, Dilma tem
direito a morar no Palácio da Alvorada, a usar avião da FAB e usufruir
de salário integral, entre outras benesses.
“A Dilma vai ficar no Alvorada, o Eduardo permanecerá na casa da Câmara. Ela vai ter assistência médica, ele dispõe da assistência médica como deputado. Ela vai ter segurança,
ele também. Ela terá direito a transporte aéreo e terrestre. Eu
reproduzi a mesma coisa para ele. Ela contará com uma equipe de 15
assessores. Ele continuará recebendo os R$ 92 mil a que os deputados têm
direito para remunerar a equipe de seus gabinetes”, argumentou o
deputado Beto Mansur (PRB-SP), primeiro-secretário da Mesa Diretora da
Câmara. “Eu também acho que há um excesso, mas é excessivo para os dois
lados. O Eduardo só teve o que a Dilma também teve”, observou.
O
levantamento de gastos de Eduardo Cunha feito pelo Psol foram calculados
com base no salário dos servidores à disposição da Presidência da
Câmara. Também foi baseado na média das despesas do peemedebista e sua
família com alimentação nos últimos cinco meses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário