Estado de SP tem mais armas legais e menos homicídios
Dados
da Polícia Federal e da Secretaria da Segurança Pública demonstram que a
relação entre a quantidade de armas legais e o de assassinatos não é
diretamente proporcional
O
estado de São Paulo teve em 2015 sua menor taxa de homicídios dolosos
(quando há a intenção de matar) das últimas duas décadas, ficando, pela
primeira vez, abaixo da faixa de dez casos por 100 mil habitantes,
segundo a Secretaria da Segurança Pública. Em paralelo, dados do Serviço
de Informação ao Cidadão do Departamento de Polícia Federal revelam que
em janeiro de 2016, foram efetuados em São Paulo 492 registros de armas
de fogo novas, contra 418 no mesmo período de 2015. Ou seja, houve um
aumento de mais de 17%, totalizando 134.748 armas legalizadas em
circulação no Estado.
Entre 2004 e 2015, o número de registros de armas de fogo aumentou 4.000% no estado de São Paulo, de acordo com dados da Policia Federal, contrariando a tese central do desarmamento, de que quanto mais armas, mais homicídios.
Segundo
o especialista em segurança pública e presidente do Movimento Viva
Brasil, Bene Barbosa, a conclusão é que a maioria dos assassinatos
ocorre com uso de armas de fogo ilegais. Estimativas apontam que existem
atualmente no Brasil 14 milhões de armas ilegais.
“O
Estatuto do Desarmamento dificultou o direito do cidadão de bem a
legitima defesa, mas passou longe de desarmar os criminosos que dispõem
de amplo arsenal adquirido de maneira ilícita. O registro de armas de
fogo em São Paulo aumentou ao mesmo tempo em que houve a redução de
homicídios. A conclusão é mais do que óbvia: cidadão armado faz o
criminoso evitar contato com a vítima. Armas legalizadas nas mãos certas
e minimamente treinadas significam menos crimes e até mesmo mais
educação”, ressalta Barbosa.
Barbosa
ainda afirma que não é possível atribuir a redução dos índices de
violência ao Estatuto do Desarmamento. “A taxa de homicídio vem caindo
desde 2000 no estado de São Paulo. Com isso, a tendência de queda de
homicídios é anterior à aprovação da lei”, ressalta.
Em
2015, a tramitação de projetos de lei no Congresso Nacional que tratam
sobre armas e munições, especialmente o Projeto de Lei 3722/2012 que
visa modificar o Estatuto do Desarmamento, foi amplamente abordada. Esta
visibilidade, de acordo com especialistas, pode ter contribuído com o
aumento dos registros de armas e, consequentemente, com um maior
controle por parte dos órgãos competentes.
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