Quem tem medo é medero, ensinava Guajará

Líderes avaliam com cautela lista da Odebrecht

Líderes cearenses foram cautelosos ao analisar a lista contendo cerca de 316 políticos de 24 partidos que constam no documento que a Polícia Federal (PF) encontrou, na busca e apreensão realizada nos escritórios da empreiteira Odebrecht, como receptadores de propina distribuída pela maior empreiteira nacional.
O deputado federal Danilo Forte (PSB) parabenizou o trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato, mas, chamou atenção, no caso da lista, para não fazer julgamento preliminar, pois, segundo ele, é preciso analisar quem utilizou os recursos como doação de campanha, inclusive, registrados na justiça eleitoral, e quem usou para enriquecimento ilícito.
“Isso cabe apuração. (…) Não dá para misturar o joio com trigo. Tem de separar um para cada lado. Quem recebeu legal e colocou na campanha e quem recebeu ilegal e colocou no seu patrimônio. Acho que o Brasil precisa virar esta página o mais rápido possível. Os políticos precisam parar com esse governo de coalizão. Isso é um mal”, disse ao comentar a divulgação da lista da Odebrect, que, inclusive, aponta políticos de seu partido. Forte disse que, ao final da atual crise, o País sairá mais maduro e suas instituições fortalecidas.
Já o deputado Chico Lopes (PCdoB) disse que a informação corrobora com a descrença da população na classe política. Contudo, de acordo com ele, é necessário analisar porque nem todos os políticos estão envolvidos em escândalos. Nos corredores do Congresso, segundo o comunista, os semblantes refletiam a última notícia corrente, entretanto, o foco principal da bancada de oposição é “derrubar” a presidente Dilma Rousseff e, portanto, o assunto não era tema de conversas abertamente. Para ele, o Legislativo precisa enfrentar as dificuldades vindouras e a cobrança popular. Lopes voltou a defender Dilma no processo de impeachment, que tramita na Câmara dos Deputados.
Os parlamentares, entretanto, evitaram comentar a suposta presença de cearenses na lista.
A lista não distingue doação legal de campanha, que foi declarada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou Tribunal Regional Eleitoral (TREs), das distribuições ilegais – via caixa dois. Os documentos apreendidos pelas quatro equipes de investigadores da PF estavam em dois endereços ligados a Benedicto Barbosa Jr., no Rio de Janeiro, nos bairros do Leblon e de Copacabana. Além das tabelas, há dezenas de bilhetes manuscritos, comprovantes bancários e textos impressos. Alguns dos bilhetes fazem menção a obras públicas, como a Linha 3 do Metrô do Rio. Nomes e codinomes são usados na lista.
Lista da Odebrecht
Da lista localizada pela Polícia Federal, em poder da Odebrecht, constam nomes exponenciais do cenário nacional como o do ex-presidente José Sarney (gravado com o codinome ‘Escritor’), do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (Proximus), do prefeito do Rio, Eduardo Paes (Nervosinho), do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (Carangueijo), do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (Grego), e do senador Romero Jucá (PMDB-RR), grafado como ‘Cacique’. Todos, agora, passam a constar dos autos da PF, no âmbito da Lava Jato. Ao todo, são cerca de menos 200 parlamentares e chefes do executivo de partidos diversos que vão do PCdoB ao PSDB.

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