Opinião

Cezar Britto, ex-presidente nacional da OAB, nos lembra de um passado que não podemos ignorar!
Cezar Britto
2 h ·
Não irei tatuar em minha História ter colaborado com a ascensão do autoritarismo. Prefiro estar ao lado de Sobral Pinto, quando, enfrentando a ditadura Vargas, defendeu Prestes, ainda que discordando de seu partido e da sua ideologia. Defendia ele a Justiça.
O meu partido é a Constituição e, por força dela, o Estado Democrático de Direito. Não posso negar a missão a me atribuída pelo art. 133, ainda que tal dever possa desagradar autoridades ou parecer impopular perante a opinião pública.
Não se constrói a democracia com a prática de ilegalidade, mesmo quando ela ajude o querer de alguns. Não defendo o Estado Democrático de Direito pela metade ou apenas quando seus princípios me agradam. As togas também devem vestir a roupa da Constituição.
Rui Barbosa, acertadamente, lembrando François Guizot, advertiu que quando a política entra nos tribunais, a Justiça sai pelas portas do fundo. A sua lição continua atual, pois o Brasil não pode repetir o tenebroso 1964. Afinal, como disse Ulysses Guimarães, no histórico 05 de novembro de 1988, podemos discordar da Constituição, jamais rasgar o seu espírito.

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