Audiência pública reúne comunidade universitária e discute pautas da greve

Reunindo representantes dos comandos de greve dos professores, dos servidores técnico-administrativos e dos estudantes, foi realizada na tarde de hoje (18), uma audiência pública com a presença do Prof. Custódio Almeida, Vice-Reitor no exercício da Reitoria, e que teve como mediador o jornalista Alberto Perdigão. A primeira fala da audiência foi a do representante do comando de greve dos servidores, José Raimundo Soares da Silva que lembrou, a princípio, que se a Universidade Federal do Ceará tem um nível de excelência reconhecido, "isso se deve a todos os segmentos da comunidade universitária". Em seguida destacou um dos pontos que levaram a categoria à greve, que para ele é "a defasagem salarial gritante" e disse discordar do corte de 30% do orçamento no setor da educação.
Nesse primeiro momento cada representante de categoria teria 10 minutos para fazer sua exposição, mas ficou decidido antes do início da audiência, que esse tempo poderia ser usado por dois representantes. E assim, José Raimundo cedeu cinco minutos à colega Maria de Lurdes Souza (Lurdinha) que lamentou o fato de o Governo Federal não fazer uma proposta concreta e não realizar uma negociação efetiva.
Também dividiram os 10 minutos a eles designados, os representantes estudantis João Barbosa e Keila Lima. Barbosa lembrou estarem de greve desde o dia 19 de agosto e citou alguns pontos da pauta de reivindicações, como a revisão da forma de como é utilizada a bolsa de Iniciação Científica, expansão e extensão de horários dos Restaurantes Universitários, mais vagas para as residências universitárias e ampliação do acesso a bolsas e outros benefícios aos estudantes de cursos de pós-graduação.
ITENS DA PAUTA – O Prof. André Vasconcelos Ferreira, em nome do comando de greve dos professores, destacou como luta primordial a valorização da carreira docente. Pontuou outros itens da pauta dos grevistas como garantia da extensão do período de pagamento das bolsas e seguros; criação de vagas para professores efetivos nas Casas de Cultura; assegurar o pleno direito à greve aos professores substitutos, em estágio probatório e visitantes.
APOIO – Reiterando o apoio da entidade que preside, o presidente da ADUFC, Prof. Leonardo Monteiro disse entender que o mais importante no momento é a discussão sobre a universidade pública, gratuita e de qualidade. Admite que há "um clima de inanição, de falta de discussão" no âmbito das universidades e acrescentou que apesar de estar apenas há cinco anos na Instituição, aprendeu muito "sobre paciência e tolerância". Mas reconhece que no atual movimento paredista, presenciou "bons debates, boas discussões", embora admita que a participação ainda é tímida.
Lamenta o Prof. Leonardo Monteiro que o Governo Federal tenha se mantido em silêncio desde o dia 31 de agosto, última vez em que apresentou proposta aos grevistas. Não vejo disposição do Governo Federal de apresentar, pelo menos, um compromisso, reconheceu. E propôs que, ao final da greve, fossem realizadas audiências, seminários, fóruns – o formato e os nomes se veria depois, disse – para que o debate se mantivesse vivo.
DIÁLOGO E CLAREZA – Assegurando que o momento de greve é difícil e tenso, o Prof. Custódio Almeida observou que é necessário clareza para encaminhar as questões que não são "nem simples, nem rápidas". Lembrou que hoje, (18), se completavam 22 dias que fora nomeado Vice-Reitor da UFC e neste período convocou e participou de várias reuniões, "porque não acredito em universidade que não se comunica, que não dialoga". E acrescentou: como "filho de Platão", não acredito no diálogo só como retórica, e sei que diálogo não é coisa simples,mas é indispensável,complementou.
PERGUNTAS – O segundo momento da audiência constou de perguntas feitas pelos presentes que, numa urna, haviam depositado suas indagações. As perguntas foram divididas em três blocos, cada um com 10 perguntas e, ao final, o Prof. Custódio Almeida,respondeu as questões e fez considerações sobre os temas debatidos.

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