Querem derrubar a Dilma com um micareta


Cidades de 25 estados e o DF protestam
Brasileiros foram às ruas neste domingo em todos os estados e no DF, em mais de 150 cidades, em protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff. Grande parte dos manifestantes pedia a saída ou o impeachment da presidente e protestava contra a corrupção, levando cartazes e bandeiras do Brasil e vestindo verde e amarelo.
Em São Paulo, o comando da Polícia Militar afirma que o protesto na Avenida Paulista reuniu 350 mil pessoas, com pico às 16h horas. O número foi divulgado pelo coronel Luiz Henrique Di Jacintho Santos, comandante do policiamento do centro da Capital.
Fora São Paulo e Rio de Janeiro, os dados dos protestos no país recolhidos pelo governo até o início da tarde de ontem (16) indicam a participação de cerca de 200 mil pessoas nos protestos. O número confirma as previsões iniciais do Palácio do Planalto de um dia de manifestações importantes, mas com menos pessoas que nos protestos anteriores, em março e abril.
O levantamento foi visto, até agora, como mais um “alívio” na crise política que atingiu a presidente Dilma Rousseff, mas que não pode ser encarado como uma vitória da petista.
Nas palavras de um assessor presidencial, o governo conseguiu estancar a “hemorragia” e, agora, a missão é recuperar a popularidade de Dilma. Isso porque os protestos deste domingo não arregimentaram mais manifestantes que os anteriores, mas ficaram muito mais centrados nas figuras da presidente Dilma e do ex-presidente Lula.

Sequência
Segundo o assessor, o governo precisa dar sequência à busca de uma agenda para superar a crise econômica, que tem minado a popularidade da presidente. Até agora, a piora na avaliação do governo e de Dilma não se traduziu em maior número de manifestantes, o que é discretamente comemorado dentro do governo, mas é um “combustível” que pode explodir se o Palácio do Planalto não conseguir controlá-lo e, principalmente, desarmá-lo.

Governo comemora
Líderes do PT no Congresso avaliam que a mudança de foco das manifestações deste domingo (16), que foram da reivindicação por mais direitos e o combate à corrupção ao “Fora Dilma”, reduziram a participação popular em relação aos protestos realizados em março e abril deste ano.
Líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) acredita que “as pessoas sabem que Dilma foi eleita democraticamente e tem o respaldo do voto popular” e, por isso, veem que “não há motivo” para tirá-la da Presidência da República.
“Muitas coisas esta semana enfraqueceram as manifestações, como o acordo do Senado com o governo. O povo brasileiro tem consciência, tem acesso à informação, não entra no embalo de alguns. Se a passeata ganha caráter só de impeachment, as pessoas acham que não há motivo para isso”, disse.
Para o líder do PT na Casa, senador Humberto Costa (PE), a população já percebeu que não há base legal e constitucional para o impeachment neste momento. “As pessoas estão cansadas. Viram, com o tempo, que não tem base legal e constitucional e entendem que o governo tem ainda um certo tempo de se recuperar”, disse.
Embora afirme que não há base para o impeachment, Costa considera que, mesmo menores, as manifestações continuam sendo expressivas. “O fato de serem menores não significa que a insatisfação com o governo diminuiu. Muitas coisas estão começando a ser revertidas mas ainda é preciso que governo apresente soluções melhores para a economia”, disse.
Para o petista, o governo começou a ter uma nova oportunidade depois da apresentação da agenda do Senado com propostas anticrise e com a aproximação de Dilma a movimentos sociais.
“Ainda que tenham tido menos participação, os movimentos de hoje foram de todo jeito expressivos”, disse.
Já o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), considerou que a semana que se passou foi “decisiva” para o governo e ajudou a frear a participação nos protestos.

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